Rio e o MP 1
A credibilidade de Rui Rio é muito maior do que a do Ministério Público (MP), não é a imagem de Rio que sai desgastada deste disparate, mas a do MP (se ainda for possível desgastar-se mais). Uma denúncia anónima deu origem a uma operação mediática, com uma dezena de operacionais filmados pela televisão contra a casa da vítima, como forma de tentarem “equilibrar” os escândalos do PS. Lembro-me da acusação da procuradora contra Rui Moreira, cuja credibilidade também ultrapassa em muito a do MP, onde a senhora jurava que Moreira iria ser trucidado pelo tribunal.
A função do MP não é a de condenar as pessoas às pesadas penas mediáticas, por isso devem ser discretos e proteger os presumíveis inocentes. Rui Rio já tinha chamado a atenção para a necessidade de domesticar o MP, que tomou o freio nos dentes. As sentenças dos tribunais, muito demoradas e espaçadas no tempo, não anulam os prejuízos da condenação pelo MP, não fora neste caso, como noutros, à sólida credibilidade dos atacados.
Maria Ribeiro, Lisboa
Rio e o MP 2
Estamos a entrar num esquema de caça às bruxas, que só prejudica as instituições e a própria democracia. Isto de às 7h da manhã se saber onde vão estar dentro de minutos a PJ, a ASAE ou quem mais quer que seja, e de estar lá também toda a comunicação social não é sinal de liberdade, de igualdade, de funcionamento normal de tudo. Não, pelo contrário. A Justiça nunca deve deixar de ser justa, com os pobres ou ricos, desprotegidos ou defendidos, importantes ou desconhecidos, mas (…) deve funcionar com mais recato. (…) Rui Rio não será uma simpatia e como presidente da Câmara Municipal do Porto poderia ter feito muito mais pela Cultura e não só. Mas daí a vê-lo à varanda de casa, por estar a ser investigado pela polícia e com a comunicação social à perna, tentando passar a ideia de que está calmo… Não se devia continuar a fazer isto, seja com quem for, não é necessário, nada o justifica. Não ajuda o próprio, nem as instituições nem a autoridade. E degrada as instituições e a democracia.
Augusto Küttner, Porto
Cimeira de Vilnius
A foto (PÚBLICO, 13 de Julho) em que Volodymyr Zelensky surge de mão estendida sem contrapartida visível retrata o que de maior importância saiu da Cimeira de Vílnius. Não houve convite formal datado para a entrada da Ucrânia na NATO. O que disse o ministro dos Negócios Estrangeiros inglês sobre os pedidos intermináveis de Zelensky a nível de fornecimento de material de guerra sinaliza que nem tudo foram rosas. No entanto, ficaram todos sorridentes nas fotografias, mais para inglês ver. Enquanto os políticos profissionais discutem à volta de uma mesa farta de boa comida e bebida, o povo ucraniano sofre no corpo e na alma a continuidade da guerra. Joe Biden e os aliados sabem que a guerra Ucrânia-Rússia irá durar por muitos anos.
Ademar Costa, Póvoa de Varzim
Subida da taxa de juro
A suposta ideia de que a melhor medida para controlar a inflação é a subida da taxa de juro afigura-se controversa. Por um lado, poderá revestir-se de alguma eficácia por refrear o crédito ao consumo de bens ou serviços considerados não essenciais. Aqui não se deve incluir o direito à habitação. Quem contratou um empréstimo para habitação antes deste estrondo inflacionista correspondeu ao estímulo implícito, indexado a uma baixa taxa de juro, para a dinamização da economia. Recebem agora como “prémio” por esta sua contribuição o aumento vertiginoso da prestação. Não são estes contratos que aumentam o consumo, não pretendido neste momento. São os que se fizeram ou serão feitos depois de a inflação começar. E mesmo estes deveriam exigir ponderação. Afixar uma taxa de juro generalizada cria estas injustiças, pelo que se deveria fazer as devidas compartimentações.
José M. Carvalho, Chaves
Sonho de menino
A sociedade, cada vez mais informada acerca da necessidade do incremento da actividade física, reclama por meios e equipamentos para serem utilizados. Portugal é um país com clima ameno, por esse motivo, sou da opinião de que se pode e deve pôr à disposição da comunidade equipamentos próprios, em locais agradáveis e adequados à prática do exercício físico. Sonho com marginais equipadas com máquinas de musculação, caixas de areia para a iniciação ao voleibol, andebol e futebol de praia, pistas para patinagem, cestos para lançamentos e iniciação ao basquetebol, entre outros.
As vantagens do investimento nestes equipamentos farão toda a diferença na motivação dos mais jovens para a prática desportiva, nos menos jovens para o culto do corpo e para os seniores no retardar de alguma patologia que venha a aparecer. (…)
João Regufe, Leça da Palmeira
PÚBLICO Errou
Na capa da edição impressa de ontem, o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes vem incorrectamente identificado como Adalberto Campos Ferreira. Ao visado e aos leitores as nossas desculpas pelo erro.