Pedro Nuno Santos demitiu-se na turbulência do desastre do aperto de mão dourado da TAP

Pedro Nuno Santos, há muito visto como ‘pretendente’ ao cargo de primeiro-ministro enquanto líder do Partido Socialista, regressou hoje ao Parlamento para tomar posse como deputado titular, seis meses depois de renunciar ao governo pela gestão de um acordo de compensação caótico – no valor de meio milhão de euros – pago pela companhia aérea estatal TAP à diretora cessante, Alexandra Reis.

A ex-ministra das infra-estruturas e habitação substitui Rosa Venâncio no parlamento, depois de seis meses em que pediu a suspensão do mandato como deputada socialista.

Santos já deu a conhecer que, no regresso ao parlamento, ele não deseja interferir em áreas de governo que estavam sob seu controle no passadoe que ele volta com não há razão para reclamar de qualquer ‘falta de solidariedade’ mostrado a ele pelo PM

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, em recente entrevista à rádio TSF, minimizou a presença de Santos na bancada do PS, chegando a dizer que o partido “está sempre mais forte quando recebe um membro do partido qualificadocom experiência em governo.”

Durante sua gestão como ministro, Pedro Nuno Santos esteve diretamente envolvido em dois dos casos que mais abalaram a estabilidade interna do governo Costaainda que comandasse a maioria no parlamento, escreve a Lusa.

“A primeira foi no final de junho do ano passado quando publicou um projeto de lei sobre a localização do futuro novo aeroporto de Lisboa sem o conhecimento prévio do primeiro-ministro e em direta contradição com a garantia de Costa de que a escolha do Estado seria feita por consenso com o principal partido da oposição, o Social Democrata (PSD).

“A 28 de dezembro, Santos demitiu-se depois de se saber que o seu secretário de Estado, Hugo Mendes, tinha conhecimento do processo pelo qual a TAP pagou a uma administradora, Alexandra Reis, 500 mil euros de indemnização para sair”, ainda que, até então, ponto, esse conhecimento havia sido negado.

Semanas depois, “supostamente depois de consultar suas mensagens de WhatsApp”, Santos reconheceu que de fato havia sido informado sobre o acordo de compensação de Dona Reis, que recebeu uma oferta de um cargo importante no governo…

Dando mais informações sobre o presumível futuro líder do Partido Socialista, a Lusa explica que Pedro Nuno Santos “liderou a juventude do PS quando José Sócrates era líder do partido” (Sócrates ainda envolvido na longa investigação criminal que o levou à prisão em 2014) . Também é deputado desde 2005. Inicialmente foi simpatizante do ex-líder do PS António José Seguo “e depois (um) adversário”, passando a ser “o braço direito de Costa como secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares durante o primeiro governo em que o PS teve um acordo de confiança e abastecimento – apelidado de ‘geringonça’ (engenhoca) com partidos de esquerda menores – e depois, há cinco anos, no congresso do partido de 2018, (ele) se posicionou como um candidato em potencial para suceder Costa.

“A nível político, em vários momentos (Pedro Nuno Santos) procurou traçar linhas de demarcação ideológica em relação a Costa, das quais apenas algumas se destacam.

“Em plena campanha para as eleições de 2019 para o Parlamento Europeu, criticou os acordos assinados pelo Partido dos Socialistas Europeus (PES) com o Partido Popular Europeu (PPE) e forças de centro; após as eleições legislativas de 2019 em Portugal, lamentou a ausência de um acordo escrito com o Bloco de Esquerda (BE) para a formação do segundo governo minoritário do PS; e mesmo depois da crise política final, com a rejeição do Orçamento do Estado para 2022, continuou a defender a ‘geringonça’ como solução de governo.

“Nas sessões do PS em que faz discursos, costuma fazer um alerta aos militantes mais centristas: “O PS tem duas letras: P de Partido, S de Socialista; não tem outras letras.”

No PS destacam-se também alguns de Pedro Nuno Santos “discursos mais neomarxistas”, prossegue a Lusa, “como aqueles em que opõe as trabalhadoras das fábricas de calçado às patroas – apesar de noutras circunstâncias ter elogiado o contributo do setor do calçado para o exportações nacionais, tal como terminou o mandato de ministro a favor da reprivatização parcial da TAP”.

Comentando o senhor Santos e as suas possíveis ambições políticas, o analista político e conselheiro de Estado Luís Marques Mendes disse no mês passado que pode certamente vê-lo como um futuro líder do PS Socialistas, mas tem “sérias dúvidas de que ele algum dia será primeiro-ministro”.

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