“Médicos estão indignados e querem seriedade”, diz federação
Hoje (quarta-feira) vê o início de greve de dois dias por médicos “indignado” que têm tentado negociar com os tesoureiros do governo sobre salários e condições nos últimos 14 meses.
Em declarações à Lusa ao início da manhã, o presidente da federação nacional dos médicos que convocou a greve, garantiu que os serviços mínimos vão ser “escrupulosamente cumpridos”, mas ainda assim os próximos dois dias vão ter “grande impacto” nos horários dos hospitais.
Joana Bordalo e Sã espera que as consultas e cirurgias sejam afetadas/ canceladas, enquanto o descontentamento noutras regiões aumenta.
O SIM, sindicato independente dos médicos, convocou a sua própria greve para o final deste mês, enquanto os médicos estagiários da Amadora-Sintra se recusam a cumprir mais do que o limite legal de 150 horas em horas extraordinárias.
A razão da indignação, citada por Bordalo e Sã, reside nas ‘letras miúdas’ das propostas do governo até agora.
Sim, existe a ‘oferta’ de aumento de rendimentos, mas apenas com a aceitação de uma semana de 40 horas (os médicos querem 35 horas, à semelhança dos outros trabalhadores do sector público) e um regime de ‘dedicação integral ao serviço de saúde do SNS ‘ (ou seja, os médicos que trabalham também no setor privado não serão beneficiados). Há também a questão das horas extraordinárias (horas extras), que o governo busca AUMENTO de 150 horas por ano para 350 horas; e manutenção das atuais 18 horas semanais de atendimento em pronto-socorro, quando os médicos dizem que só aguentam 12.
No início da manhã, mais de 100 médicos fizeram um protesto em frente ao hospital de São João, no Porto, brandindo cartazes com mensagens como “ “Em defesa da carreira médica é preciso salvar o SNS (Serviço Nacional de Saúde). É preciso cuidar de quem cuida.”
Diz Bordalo e Sã: “A adesão é alta” – e ainda faltam 36 horas para isso.
O Jornal de Notícias noticiou entretanto que o governo pretende contratar “cerca de 300 médicos cubanos para trabalhar em Portugal nos próximos três anos”.