Grupo de direitos humanos com sede em Nova York relata seis ataques na região de Gao e dois em Menaka entre janeiro e junho.

Assassinatos generalizados, estupros e saques no nordeste do Mali foram relatados este ano, forçando milhares de pessoas a fugir e buscar refúgio, de acordo com a Human Rights Watch, com sede em Nova York.

Um relatório divulgado pelo grupo de direitos humanos na quinta-feira documenta seis ataques na região de Gao e dois em Menaka entre janeiro e junho. Relatos não confirmados de trabalhadores humanitários e testemunhas sugerem que centenas de civis foram mortos e dezenas de milhares foram forçados a fugir.

Dezenas de testemunhas disseram aos investigadores que os combatentes estavam armados com rifles de assalto, às vezes lançadores de granadas, andavam de motocicleta e picapes e usavam turbantes identificáveis.

“Grupos armados islâmicos estão atacando brutalmente civis e alimentando uma enorme emergência humanitária”, disse Ilaria Allegrozzi, pesquisadora sênior do HRW no Sahel.

“A segurança se deteriorou acentuadamente em meio aos confrontos entre dois grupos islâmicos armados, que buscam controlar as rotas de abastecimento e aumentar sua influência”, disse o órgão de defesa dos direitos humanos em um relatório, acrescentando que não pode confirmar o número total de mortos desde janeiro.

A HRW disse que as conclusões foram baseadas em entrevistas com 52 pessoas, incluindo “39 testemunhas de abusos, 7 membros de organizações da sociedade civil do Mali e 6 representantes de organizações internacionais”.

De acordo com testemunhas, os combatentes falavam as línguas locais Tamashek, Fulfulde, Songhai e Hausa, bem como o árabe, e às vezes carregavam a bandeira ISIL/ISIS.

A HRW observou que “em meio aos crescentes abusos”, a partida de 1º de julho até o final do ano das forças de paz das Nações Unidas a pedido de Bamako “torna as coisas piores”.

“A partida das forças de paz da ONU significa que as autoridades do Mali precisam intensificar os esforços para proteger os civis e trabalhar em estreita colaboração com os parceiros internacionais para garantir que os deslocados tenham acesso a ajuda e serviços básicos”, disse Allegrozzi.

O Mali está sob regime militar desde agosto de 2020, quando oficiais do exército, irritados com o fracasso em combater grupos armados que atuam no estado da África Ocidental desde 2012, expulsaram o presidente eleito do país, Ibrahim Boubacar Keita.

Desde que assumiu, o governo militar interino em Bamako alinhou-se política e militarmente com a Rússia e rompeu relações com a tradicional aliada França.

A influência da França encolheu devido à percepção da incapacidade das tropas francesas de deter a violência de grupos armados nas ex-colônias francesas. Também levou a um aumento do sentimento anti-francês nesses países.

A HRW disse que o Grupo Wagner da Rússia esteve implicado em “atrocidades” em vários países africanos, incluindo Mali, e documentou “graves abusos” da segurança maliana e “aparentes forças Wagner durante operações de contra-insurgência no centro de Mali”.

Em 2022, o exército do Mali e combatentes brancos supostamente russos foram acusados ​​de executar mais de 300 pessoas na cidade de Moura durante uma operação contra grupos armados, o que o governo negou.

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