HISTÓRIA: Os legisladores da oposição dentro do Knesset gritaram ‘vergonha’ e alguns rasgaram documentos antes de sair.
Esses atos de protesto ocorreram depois que ficou claro que os oponentes não poderiam impedir um plano amargamente divisivo para reformar o judiciário israelense de liberar uma votação no parlamento na segunda-feira.
O projeto de lei, que restringe a capacidade da Suprema Corte do país de anular as decisões do governo e dos ministros, foi aprovado por 64 votos a zero na legislatura de 120 membros.
Quando a votação foi convocada, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu respondeu afirmativamente.
É uma vitória política para sua coalizão linha-dura nacionalista-religiosa, mas que provocou uma crise política e desencadeou os maiores protestos antigovernamentais em massa na história recente do país.
Dezenas de milhares de israelenses foram às ruas por semanas, bloqueando o trânsito e comparando Netanyahu a um ditador.
Dois dos maiores bancos do país disseram que permitiriam que os trabalhadores se manifestassem na segunda-feira, sem perder o salário.
Um fórum de cerca de 150 das maiores empresas de Israel entrou em greve, e dois dos maiores shoppings do país disseram que as lojas permaneceriam fechadas.
Os críticos dizem que a reforma prejudicaria um pilar fundamental da democracia israelense, e os protestos provocaram alertas do alto escalão do exército sobre a prontidão militar do estado.
Apoiadores da mudança dentro da coalizão de Netanyahu dizem que as mudanças são necessárias para restaurar o equilíbrio entre os diferentes ramos do governo.
Eles posaram para selfies e deram tapas nas costas um do outro após a aprovação da medida.
A administração do presidente dos EUA, Joe Biden, instou o governo israelense a encontrar um meio-termo.
Mas a votação de segunda-feira ocorre depois que todos esses esforços parecem ter falhado.
Nas ruas de Jerusalém e Tel Aviv, os manifestantes prometeram não recuar.