O agricultor chinês Zhou Lu criou centenas de ovelhas durante quatro anos. Agora jazem, de barriga para cima ou de lado, mortas e inchadas depois de se terem afogado numa inundação provocada por um tufão torrencial.

Durante três dias, Zhou recolheu os mais de 500 cadáveres dos seus animais em sacos de plástico para os eliminar. “Agora não tenho qualquer emoção. Só quero… morrer”, disse o homem desolado de 42 anos na terça-feira, na sua aldeia perto da cidade de Zhuozhou, no Norte do país.

Zhuozhou, a sudoeste da capital, Pequim, foi o local mais afectado pelas inundações depois de o tufão Doksuri ter trazido chuvas invulgarmente fortes para o Norte da China no final do mês passado. Pelo menos 34 pessoas morreram e casas, empresas, estradas e terrenos agrícolas ficaram destruídos.

“Havia ovelhas mortas, porcos mortos, cães mortos, gatos mortos na rua, pu-los todos em sacos”, disse Zhou, de pé num pátio com as poucas ovelhas que sobreviveram do seu rebanho de 1500. Muitas das suas ovelhas fugiram durante as cheias, conta.

“Investi durante quatro anos, mas não vi um cêntimo de retorno. Agora está tudo acabado, completamente acabado”.

A chuva intensa e o calor extremo na China e em muitos outros locais do mundo bateram recordes e suscitaram receios quanto ao ritmo das alterações climáticas provocadas pelo aquecimento global.

Zhou disse que, até ao mês passado, nunca tinha passado por uma inundação de tal dimensão. Estas cheias são relativamente comuns na estação das chuvas de Verão no Sul da China, mas não nesta região. “Nasci em 1980 e esta é a primeira vez que vejo uma inundação”, disse.

Havia um aviso de inundação, mas ninguém previu a gravidade da situação, admite Zhou. Além da devastação do seu rebanho de ovelhas, Zhou disse que a sua fábrica de transformação de ovos ficou gravemente danificada.



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