Mateu, adeus ao 'equilibrista' dos milagres do Barça

16/08/2023 às 16:21

CEST


Alemany desembarcou como um homem forte para Laporta quando venceu as eleições em março de 2021 e se caracterizou por fazer malabarismos com muitas limitações econômicas ao longo deste período.

Lembrado será o inverno 2021/22, quando conseguiu empatar as chegadas a custo zero de Aubameyang, Adama Traoré e Dani Alves; a operação Lewandowski e as contratações de Koundé, Kessie e Christensen (este último livre), alguns de seus grandes saques

O ambiente do FC Barcelona pode ser tão cruel quanto precipitado em seus apelidos, crucificações ou ‘hypes’. Mas se alguma coisa conseguiu nestes mais de dois anos em que é o chefe visível da estrutura desportiva do Mateu Alemany, é manter-se no topo. ‘Padremany’ recebeu a benção dos torcedores do Barcelona e manteve o apelido, os ‘memes’ e as fotomontagens sempre a seu favor.

O anúncio nesta quarta-feira de seu adeus quando o mercado fechar é algo que ele não pegou frio. Essa tentativa de partida em maio passado foi um indicador claro de que algo não estava terminando a carburação. A partir de 2 de setembro, coincidindo com o fim da janela de transferênciao maiorquino deixará de lado o cargo de diretor de futebol do FC Barcelona.

PILAR DO PROJETO ‘JAN’

Quando Joan Laporta venceu as eleições, em março de 2021, o nome de Mateu Alemany, que mal se tornara visível, sobrevoava o ambiente como um homem forte de ‘Jan’. Mateu, que vinha de uma experiência com o Valência há um ano e meio, aceitou o desafio mesmo sabendo que a situação económica do Barcelona era dramática.

Mas como um bom amante de ‘trincheiras’ e lama, Alemany se envolveu no projeto. No verão de 2021 teve que enfrentar a traumática saída de Messi, a delicada despedida de Griezmann. Sem orçamento, com Koeman a continuar a liderar a equipa principal mas sem o apoio do presidente. Esse mercado era mínimo. Eric Garcia, Agüero e Luuk de Jong chegaram a custo zero e nenhum investimento pôde ser feito.

PRIMEIRO ANO CONVULOSO

A saída de Koeman, a chegada de Xavi em novembro. O de Terrassa se deparou com um time fraco, um cenário esportivo sombrio. E Mateu teve que trabalhar muito para compensar a matéria durante o mercado de inverno. Ferran Torres foi o grande investimento, a famosa contratação na trompa de Aubameyang, as chegadas de Adama e Alves a custo zero.

A PRIMAVERA DE 2022, SEU PICO

Foi lá que a lenda das Ilhas Baleares começou a ser esculpida. Mas talvez sua obra-prima tenha começado a tecer naquela primavera de 2022. O clube se moveu rápido e bem. Ele convenceu uma estrela consagrada como Lewandowski e empatou as contratações de Christensen e Kessie, que estavam encerrando o contrato, a custo zero. Trabalhando à frente e furtivamente. Também Marcos Alonso.

Esse verão também será lembrador as apostas em Koundé ou Raphinha. Duas outras despesas importantes (juntamente com as de Ferran) da viagem de Mateu. As saídas têm sido outra pasta muito complexa de lidar para Alemany. Coutinho’s, Trincao’s, Memphis, Umtiti. Puro malabarismo antes de casos de puro roque.

O ESTRESSE DO BARCELONISMO

As apostas para renovar os contratos de Balde, Gavi, Araujo. Apostas futuras. Com a primavera e a sombra de Deco já pairando sobre os escritórios do Spotify Camp Nou, ele viu o momento de se afastar. Dois anos muito intensos, com uma carga emocional muito alta, estresse. Reuniões eternas, a imprensa sempre atrás. Laporta sempre reconheceu seu enorme trabalho e o do campo esportivo em suas aparições públicas.

Vigarista Jordi formou um alto tandem. Mas o Barça é uma máquina de desgaste, de tensão. Um ano pode se tornar um lustro. Com certeza o Mateu vai guardar boa memória e, mais certo ainda, as pessoas vão guardar o seu trabalho e os seus resultados num tempo de dificuldades e precariedade.

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