Navios russos acusados de “espionagem de cabos subaquáticos com o objetivo de sabotar”
Os barcos-patrulha navais portugueses estiveram ocupados novamente esta semana monitorando a passagem de mais um navio russo enquanto navegava pelas águas portuguesas.
Desta vez foi o RFS Mercuriy – descrito como “da classe Steregushchiy (…) navegando em trânsito ao largo da costa continental portuguesa”.
Disse a Marinha em comunicado: “Desde 16 de agosto, o NRP ‘Figueira da Foz’ e o NRP ‘Dragão’ têm acompanhado e monitorizado o navio da Federação Russa ‘RFS Mercuriy (…) defesa dos interesses nacionais e a exercício da autoridade do Estado no mar” e “contribui também para o empenho de Portugal no esforço coletivo da Aliança para manter a consciência situacional marítima“.
Como foi destacado no início deste ano, a Rússia está mapeando a localização de infraestruturas críticas na Europa e nos Estados Unidos, incluindo cabos submarinos usados para transmitir a maior parte das comunicações transatlânticas.
A informação decorre de uma investigação dinamarquesa em abril, que sugeriu o O plano final é sabotar os cabos, juntamente com outras infraestruturas críticas, “em um esforço para causar perturbações na vida no Ocidente e ganhar vantagem contra países que estão apoiando a Ucrânia”.
É uma mensagem que tem sido levada a sério em Portugal. O almirante da frota Henrique Gouveia e Melo disse em março que o navio russo que provocou um ‘motim’ na embarcação portuguesa Mondego, estava de fato espionando cabos que passavam ao longo da costa da Madeira.
Ele disse aos repórteres que o Acadêmico Tryoshnikov estava “rastreando e medindo cabos submarinos e infraestrutura de cabos submarinos (…) Temos que nos preocupar com o significado militar disso”.
Mas como nenhuma dessas atividades é ‘aberta’, e os navios russos ostensivamente sempre têm uma missão inócua, tudo o que as autoridades podem fazer é ‘acompanhar e monitorar’.
Desde o triste episódio envolvendo o Mondego em março, houve várias outras ocasiões em que a Marinha teve que escalar navios para ‘escoltar’ embarcações russas enquanto atravessavam águas nacionais.
Na semana passada, foi o Kildin, um navio de coleta de informações eletrônicas, parte da Frota do Mar Negro, novamente ostensivamente ‘navegando em trânsito’ na costa continental.
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