Acontece horas depois que o Japão alertou que a Coreia do Norte confirmou o lançamento. (Representativo)

Seul:

A Coreia do Norte disparou o que afirma ser um satélite espião militar para o sul, disseram as forças armadas de Seul na terça-feira, horas depois de o Japão ter confirmado que Pyongyang o havia alertado sobre um lançamento iminente.

Os esforços anteriores da Coreia do Norte para colocar um satélite espião em órbita, em Maio e Agosto, falharam, e Seul, Tóquio e Washington alertaram repetidamente Pyongyang para não prosseguir com outro lançamento, o que violaria sucessivas rondas de resoluções da ONU.

“A Coreia do Norte disparou o que afirma ser um satélite de vigilância militar na direção sul”, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

O Japão também confirmou o lançamento, com o gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida postando no X: “A Coreia do Norte lançou um suposto míssil balístico”.

Tóquio alertou os residentes da região sul de Okinawa para se abrigarem.

Seul alertou durante semanas que Pyongyang estava nos “estágios finais” de preparação para o lançamento de outro satélite espião.

Kang Ho-pil, diretor-chefe de operações do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul, disse na segunda-feira que os militares de Seul tomariam “medidas necessárias para garantir a vida e a segurança das pessoas” se o lançamento fosse realizado.

O gabinete do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, sugeriu na terça-feira que consideraria suspender o acordo militar de 19 de setembro – um acordo fundamental que visa diminuir as tensões na península – em resposta.

– Ajuda russa –

A agência de espionagem de Seul alertou este mês que a próxima tentativa de Pyongyang provavelmente terá mais sucesso, já que o Norte parece ter recebido aconselhamento técnico da Rússia, em troca do envio de pelo menos 10 carregamentos de armas para a guerra de Moscou na Ucrânia.

A Coreia do Norte é impedida, por sucessivas rondas de resoluções da ONU, de realizar testes que utilizem tecnologia balística, e analistas dizem que existe uma sobreposição tecnológica significativa entre as capacidades de lançamento espacial e o desenvolvimento de mísseis balísticos.

O presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu em setembro, após reunião com Kim Jong Un, que seu país poderia ajudar Pyongyang a construir satélites.

Seul e Washington alegaram posteriormente que Pyongyang tem enviado armas para a Rússia para uso na Ucrânia, com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertando este mês que os laços militares entre a Coreia do Norte e a Rússia eram “crescentes e perigosos”.

Colocar com sucesso um satélite espião em órbita melhoraria as capacidades de recolha de informações da Coreia do Norte, especialmente sobre a Coreia do Sul, e forneceria dados cruciais em qualquer conflito militar, dizem os especialistas.

Num comentário publicado terça-feira pela Agência Central de Notícias Coreana oficial do Norte, Ri Song Jin, investigador da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial, criticou os planos de satélites espiões da própria Coreia do Sul, dizendo que eram “provocações militares extremamente perigosas”.

Seul planeja lançar seu primeiro satélite espião por meio de um foguete SpaceX ainda este mês, disseram autoridades sul-coreanas.

Isto mostra que o Norte precisa de “capacidades práticas e eficazes de reconhecimento e vigilância baseados no espaço” como forma fundamental de “exercer a dissuasão da guerra de forma mais clara e promover o equilíbrio estratégico de segurança na região”, disse a KCNA.

A Coreia do Norte conduziu um número recorde de testes de armas este ano.

Seul, Washington e Tóquio intensificaram a sua cooperação em defesa em resposta, e na terça-feira um porta-aviões nuclear dos EUA, o USS Carl Vinson, chegou à Base Naval de Busan, na Coreia do Sul.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

Esperando por resposta para carregar…

Fuente