Os jornalistas insistiram na pergunta de várias formas, mas a resposta foi sempre na mesma lógica, quase automática: “O Partido Socialista está focado em obter o melhor resultado possível”, “à data de hoje, a agenda do Partido Socialista é apresentar-se com ideias concretas ao país”, respondeu João Torres, secretário-geral adjunto do PS, sobre um eventual acordo pós-eleitoral com o Livre.

Rui Tavares, defensor de longa data da união às esquerdas, voltou este fim de semana a fazer um apelo para um entendimento escritodeixando também recados sobre a necessidade de “escrutínio” desses acordos. Mas nem quando a pergunta foi sobre essa incitamento, João Torres fugiu do guião.

O secretário-geral adjunto do PS reagia ao encerramento do Congresso do Livre, no Porto, insistindo também na segunda linha argumentativa socialista para estas eleições: o ataque ao Chega. “Entre as divergências e as convergências [do PS com o Livre]há uma convergência muito forte na barragem da extrema-direita e na construção de uma pedagogia republicana”, disse João Torres.

Do lado do PSD, a reação ao Congresso do Livre foi mais crítica, mas Paulo Rangel, o representante social-democrata no evento, foi obrigado a responder sobre questões internas, nomeadamente a gestão do caso Madeira por Luís Montenegro.

Antes da Madeira, Rangel criticou a hipótese de uma geringonça 2.0, uma vez que a originária “foi uma experiência muito negativa” para os serviços públicos. “Para quem diz que defende o Estado social, a verdade é que nunca tivemos tantos seguros de saúde, tantos alunos no ensino privado”, continuou Rangel, seguindo a linha de Montenegro. “Onde nos trouxeram as políticas da esquerda? A uma débâcle do Estado Social.”

Quanto ao caso judicial que levou à demissão de Miguel Albuquerque, o vice-presidente do PSD defendeu que “a autonomia regional tinha de ser respeitada”, explicando assim o facto de Montenegro não ter tirado o tapete ao agora demissionário presidente do Governo Regional. “Tinha de ser o PSD Madeira a tomar decisões. Para muitos cidadãos que vivem no Continente isso pode não ser claro, mas para os senhores jornalistas é”, atirou Rangel.

Fuente