Havia muito por onde explorar, mas Tucker Carlson nem sequer esmurrou o verniz da compostura de Vladimir Putin, que disse o que quis, como quis, levando o tempo todo que lhe pareceu necessário para envolver o público ocidental e, sobretudo, americano, potencialmente gigantesco, na visão-túnel que tem do mundo. Até esta quinta-feira, o último jornalista ocidental a entrevistar o Presidente russo tinha sido o então editor do “Financial Times”, Leonel Barber, corria o ano de 2019.

Na altura, em quase duas horas de entrevista, Barber conseguiu apanhar a ponta da linha que havia de se desenrolar até à invasão da Ucrânia em grande escala, em fevereiro de 2022: Putin não considerava a Ucrânia um Estado independente e o Ocidente não passava de um monte de democracias inquinadas por preocupações pífias como os direitos das minorias LGBTQ+.

Cinco anos após essa marcante conversa, Carlson teve oportunidade única entre jornalistas ocidentais para perguntar a Putin, por exemplo, se o Ocidente continua a parecer-lhe tão anémico como na altura, tendo encontrado forma de se unir, com poucos percalços pelo caminho, para ajudar a Ucrânia a montar uma resistência que impede, há 24 meses, a grande vitória sobre Kiev com que o líder russo terá sonhado. Sonhou com a vitória, senhor Putin? Não sabemos.

Artigo Exclusivo para subscritores

Subscreva já por apenas 1,54€ por semana.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Fuente