Segundo o advogado da família, o jogador mudou sua versão sobre o caso

Dimas Cândido de Oliveira Filho, jogador do sub-20 do Corinthians, e a família de Lívia Gabriele da Silva Matos prestaram depoimento na quinta-feira (8) na 5ª Delegacia de Defesa da Mulher, em São Paulo. Segundo o jornal “O Globo”, o advogado que representa a Lívia e seus parentes, Alfredo Porcer, afirmou que o depoimento do jogador apresenta uma “inconsistência”, em comparação ao que foi dito à polícia no dia da morte da jovem.




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Os pais da jovem de 19 anos, entregaram a polícia o laudo médico que confirma que Lívia morreu por conta de uma fissura de 5cm na região genital da menina, que aconteceu durante uma relação sexual com o atleta.

Conforme o advogado relatou, o depoimento de Dimas foi diferente em relação à primeira versão do caso. Em uma primeira conversa com a polícia, em 30 de janeiro, dia da morte de Lívia, ele teria afirmado que os dois tiveram duas relações sexuais, com um intervalo, no qual teriam descansado e conversado, e Livia teria passado mal apenas no segundo ato. Porém, no depoimento desta quinta-feira, o jogador afirmou que houve apenas uma relação sexual.

— A forma como ele narrou o ocorrido neste depoimento foi o que me chamou atenção. Eles ficaram juntos por aproximadamente uma hora, nesse intervalo tivemos o ocorrido. No calor do momento, ele disse que teve uma primeira relação e viu Lívia desmaiar na segunda vez. Agora, ele disse que foi apenas uma relação e percebeu que ela não estava bem. A parte do descansar e conversar sumiu — explica o advogado.

Além do prontuário, a família também deu depoimento e entregou o celular da jovem aos agentes responsáveis pela investigação. A irmã detalhou a última troca de mensagens entre elas, que ocorreu até minutos antes do encontro de Livia com Dimas. O pai de Livia, Rubens, também prestou depoimento.

O prontuário confirmou que houve uma lesão de cinco centímetros na região chamada Saco de Douglas, a porção mais alta da parede vaginal, que fica em volta do colo do útero. Segundo o advogado, a confirmação da laceração, apesar de grave, não é capaz por si só de esclarecer se houve violência no caso.

— A confirmação da gravidade da lesão me causou surpresa, causou surpresa no pai e na mãe, que está sob remédios. A irmã perdeu a alma gêmea dela. Essa família quer uma explicação — relata o advogado.

— Eu nunca disse que foi intencional, seria leviano dizer que ele usou de violência, mas não dá para aceitar que isso foi normal. Tinha toalhas de sangue no apartamento e a polícia encontrou apenas um preservativo. Não posso deixar de observar esses detalhes que podem vir a ser relevantes, como também insignificantes com o decorrer da investigação — concluiu.

Em relação a suposta demora do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) ou empecilhos que os agentes de saúde encontraram na portaria do condomínio, segundo o advogado, não são o foco do caso.

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