Para alguns fãs, essa reviravolta pode parecer um pouco inútil. Quando Luke descobriu que Darth Vader era dele pai, por exemplo, foi um grande problema ele ter passado todo o terceiro filme lutando. Em “Duna: Parte Dois”, entretanto, a informação é em grande parte irrelevante. Isso não muda o ódio de Paul contra os Harkonnens, nem tem muito impacto em como ele executa seu plano de vingança. O fato de ele e Feyd-Rautha serem tecnicamente primos é mencionado, claro, mas não impede nenhum dos dois de tentar se matar. Então qual era a questão?

A grande vantagem é a maneira como isso nos faz questionar nossa suposição inicial sobre quão bons são os Atreides. Nem o livro nem os filmes apresentaram exatamente os Atreides como santos, mas certamente os apresentaram em uma posição simpática, encurralados por inimigos que certamente pareciam muito mais desagradáveis. Somos informados desde o início que Paulo pode se tornar uma figura ultrapoderosa, que pode ser capaz de causar mortes em massa em todo o universo. Queremos que Paul resista a tudo isso, mas a revelação da linhagem Harkonnen de Paul é uma das dicas mais fortes da história de que ele não resistirá ao chamado do lado negro tão bem quanto esperávamos. Tanto Paul quanto Jessica ainda nunca são tão desnecessariamente cruéis quanto o Barão Harkonnen ou Feyd-Rautha, mas mostram traços dessa frieza Harkonnen desde o início.

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