Quem sabe disso está sempre a dizer que o Douro é magnífico e que o seu, nosso, vinho do Porto é um tesouro, um vinho impossível e um legado de várias gerações, que impuseram às escarpas insanas e ao xisto da região a cultura da vinha e do vinho. Mas di-lo no seio de pares e de gente que sabe de vinho. Quando devíamos estar a gritar aos quatro ventos que o Porto (o vinho) tem segredos que os do (vinho do) Porto desconhecem, que este vinho fortificado surpreende mesmo quem já não espera ser surpreendido — não é o nosso caso, atenção — e que é muitas vezes um quebra-cabeças. Seja um LBV (Late Bottled Vintage) de 1983 que do nada aparece, qual intruso, numa prova de categorias especiais e ombreia com um vintage de 1977, seja por um Porto branco muito velho que, em prova cega, ninguém diria ser Porto.

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