Comemorar os 50 anos do 25 de Abril. Uma liturgia de liberdade: é por a liberdade ser perenemente frágil que ela deve ser celebrada; é por vermos esbracejarem fantasmas frescos que a podem hipotecar, num retrocesso que agita pesadelos, que festejamos a liberdade; é por causa dos 48 anos amordaçados que a conquista da liberdade não pode cair no esquecimento. Celebramos a liberdade porque é um mito que cimenta a pertença a uma comunidade de valores políticos. Celebramos a liberdade porque a prezamos como esteio da comunidade política e porque temos medo do seu contrário. A emergência de forças populistas que ameaçam sequestrar a liberdade (se é que já não a sequestraram em parte) reforça o desejo de comemorar o 25 de Abril.

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