O Presidente da República marcou esta sexta-feira presença na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde decorreu a apresentação da sondagem “Os portugueses e o 25 de Abril”, do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esta é uma sondagem “muito, muito abrangente, representativa e muito, muito completa”o que permite “medir o pulso à sociedade portuguesa no período que atravessamos”.
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Precisamente por permitir concluir, desde logo, que os portugueses estão maioritariamente satisfeitos com a sua democraciao Presidente ressalva, positivamente também, que o resultado o surpreendeu. “Devo confessar que as expectativas que tinha eram muito menos positivas quanto à visão dos portugueses relativamente ao 25 de Abril. Desde logo também pela conjuntura da sociedade politicamente. Esperava que pudesse existir o risco de a visão estrutural dos portugueses ser atingida pela conjuntura”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa.
Declarando curiosidade, “porque não corresponde à tendência crítica do 25 de Abril a que se tem assistido”, o Presidente recorda que “as perguntas relativas à ditadura correspondem a resultados positivos ou saudosos muito, muito pequenos”. E conclui: “O juízo é muito mais positivo relativamente ao 25 de Abril. Há orgulho na transição realizada, nas mudanças substanciais na sociedade portuguesa”.
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Assinalando que a democracia “tem defeitos” e que os portugueses “têm noção dos defeitos” — na sondagem, os três únicos aspetos relativamente aos quais os inquiridos acham que estamos pior agora que antes do 25 de Abril são o desemprego, a corrupção e a criminalidade/segurança —, o Presidente da República espera que “apesar da boa notícia” que é o facto de que há uma maioria de inquiridos que considera a situação hoje “melhor” do que a que existia antes do 25 de Abril, possamos desta sondagem retirar uma questão: “Que resultado teremos no futuro?”
E responde, Marcelo Rebelo de Sousa, em tom de aviso à presente navegação política : “Até os especialistas têm dúvidas. Mas há matéria para muita, muita reflexão. Estão lá os pontos críticos.”
Outra conclusão que o Presidente ressalva é a aparente não polarização política quanto a uma avaliação de Abril. “Num tempo em que se debatem as polarizações e como elas se multiplicam, o 25 de Abril tornou-se nacional, mesmo tendo nascido mais à esquerda do que à direita. Mas hoje é visto quase da mesma maneira pela direita e pela esquerda.”