O Presidente da República marcou esta sexta-feira presença na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde decorreu a apresentação da sondagem “Os portugueses e o 25 de Abril”, do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esta é uma sondagem “muito, muito abrangente, representativa e muito, muito completa”o que permite “medir o pulso à sociedade portuguesa no período que atravessamos”.

PATRICIA DE MELO MOREIRA

50 anos do 25 de Abril

Precisamente por permitir concluir, desde logo, que os portugueses estão maioritariamente satisfeitos com a sua democraciao Presidente ressalva, positivamente também, que o resultado o surpreendeu. “Devo confessar que as expectativas que tinha eram muito menos positivas quanto à visão dos portugueses relativamente ao 25 de Abril. Desde logo também pela conjuntura da sociedade politicamente. Esperava que pudesse existir o risco de a visão estrutural dos portugueses ser atingida pela conjuntura”, justificou Marcelo Rebelo de Sousa.

Declarando curiosidade, “porque não corresponde à tendência crítica do 25 de Abril a que se tem assistido”, o Presidente recorda que “as perguntas relativas à ditadura correspondem a resultados positivos ou saudosos muito, muito pequenos”. E conclui: “O juízo é muito mais positivo relativamente ao 25 de Abril. Há orgulho na transição realizada, nas mudanças substanciais na sociedade portuguesa”.

Gonçalo Rosa da Silva

50 anos do 25 de Abril

Assinalando que a democracia “tem defeitos” e que os portugueses “têm noção dos defeitos” — na sondagem, os três únicos aspetos relativamente aos quais os inquiridos acham que estamos pior agora que antes do 25 de Abril são o desemprego, a corrupção e a criminalidade/segurança —, o Presidente da República espera que “apesar da boa notícia” que é o facto de que há uma maioria de inquiridos que considera a situação hoje “melhor” do que a que existia antes do 25 de Abril, possamos desta sondagem retirar uma questão: “Que resultado teremos no futuro?”

E responde, Marcelo Rebelo de Sousa, em tom de aviso à presente navegação política : “Até os especialistas têm dúvidas. Mas há matéria para muita, muita reflexão. Estão lá os pontos críticos.”

Outra conclusão que o Presidente ressalva é a aparente não polarização política quanto a uma avaliação de Abril. “Num tempo em que se debatem as polarizações e como elas se multiplicam, o 25 de Abril tornou-se nacional, mesmo tendo nascido mais à esquerda do que à direita. Mas hoje é visto quase da mesma maneira pela direita e pela esquerda.”

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