A NASA já detectou uma diversidade de mundos rochosos semelhantes à Terra no cosmos. Mas, ao contrário do nosso planeta verdejante, muitos destes mundos podem florescer com roxo vida – se existe vida lá fora, claro.

É fácil imaginar organismos em outros lugares que se assemelham às cores das árvores, algas, gramíneas e muito mais, dominando nossa realidade terrena. Esta vida verde absorve certas ondas de luz do sol para alimentar a fotossíntese criadora de energia, e o composto de clorofila com pigmentação verde ajuda a impulsionar este processo profundamente bem-sucedido. Novas pesquisas de astrobiólogos e microbiologistas, no entanto, sugerem que a vida em outros lugares pode provavelmente produzir energia com diferentes tipos de luz do sol e usar compostos com pigmentos roxos em vez de verdes.

Não é uma ideia rebuscada. Afinal, alguns micróbios da Terra são roxos. Acontece que na Terra, no nosso ambiente agora rico em oxigénio, a vida verde (utilizando a “fotossíntese oxigénica”) tem prevalecido na maioria dos ecossistemas.

“Mas isso não precisa ser o caso em outros planetas”, disse ao Mashable Lígia Fonseca Coelho, microbiologista do Instituto Carl Sagan da Universidade Cornell que liderou a pesquisa.

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O pesquisar foi lançado recentemente na revista científica revisada por pares Avisos mensais da Royal Astronomical Society. Um dos principais objetivos era mostrar como os observatórios espaciais poderiam – e deveriam – procurar sinais reveladores de vida roxa ao observar planetas distantes além do Sol, chamados exoplanetas. Telescópios futuros extremamente poderosos, como o Extremely Large Telescope nas altas montanhas chilenas e o Observatório de Mundos Habitáveis ​​(que orbitaria no espaço), examinarão as atmosferas de mundos tão distantes e determinarão a sua composição e habitabilidade.

“Pare de olhar apenas para o verde. Olhe para o roxo também.”

Os cientistas colheram mais de 20 bactérias de cor púrpura de diferentes ecossistemas, como lagos e pântanos em Massachusetts e Nova Iorque, medindo os seus pigmentos vibrantes e a forma como emitem luz. Em seguida, eles simularam as “assinaturas de luz” – a cor única e as impressões digitais químicas que seriam visíveis na luz refletida de um planeta alienígena – e descobriram que essas bactérias roxas gerariam assinaturas vívidas e identificáveis.

Velocidade da luz mashável

“Pare de olhar só para o verde. Olhe para o roxo também”, enfatizou Coelho. “Poderíamos perder um sinal de vida por causa do nosso preconceito.”

Lígia Fonseca Coelho segurando uma amostra repleta de bactérias de pigmentação roxa.
Crédito: Ryan Young / Universidade Cornell

Uma concepção da NASA de um exoplaneta semelhante à Terra.

Uma concepção da NASA de um exoplaneta semelhante à Terra.
Crédito: Estúdio de Visualização Científica da NASA

A vida roxa pode simplesmente não existir. Pode até ser comum.

As estrelas mais abundantes na nossa galáxia, a Via Láctea, são pequenas estrelas vermelhas, chamadas estrelas anãs vermelhas. (A estrela mais próxima da Terra é uma anã vermelha chamada Proxima Centauri.) Elas têm apenas uma fração do tamanho do Sol e são as estrelas mais frias em temperatura. Conseqüentemente, a maior parte da luz que uma anã vermelha emite é de energia mais baixa (em ondas de luz infravermelha ou vermelha), então qualquer organismo próximo provavelmente precisará usar essa luz infravermelha (que é invisível aos nossos olhos) para alimentar suas células. “Se existir vida no planeta, ela usará essa [infrared] em vez disso, energia “, explicou Coelho. Crucialmente, na Terra, as bactérias arroxeadas prosperam nesses ambientes de baixa energia.

Em um planeta onde micróbios e organismos verdes não poderiam sobreviver, ou não são os mais adequados para sobreviver, a vida alienígena de pigmentação roxa poderia vencê-los e vir a dominar.

“Pode ser que a Terra fosse roxa.”

É até possível que essas bactérias roxas tenham florescido na Terra primitiva. Afinal, o nosso planeta só teve oxigénio durante cerca de metade dos seus 4,5 mil milhões de anos de vida. Houve um tempo antes de plantas verdes, emissoras de oxigênio e fotossintetizantes, cobrirem o mundo. Diferentes bactérias, sobrevivendo através de diferentes processos químicos, podem ter prosperado.

“Pode ser que a Terra fosse roxa”, disse Coelho.



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