Agarrado ao volante e de olhos postos na estrada, sabendo apenas que era para conduzir até Lisboa, Francisco João Ferreira tardou a perceber que estava com vista desafogada para a História. Ao seu lado, no lugar do pendura, Salgueiro Maia ia ouvindo coisas através de um rádio e fazia comentários com um furriel que seguia atrás. Mas Ferreira não era tido nem achado, a sua missão era conduzir; só no Terreiro do Paço, à vista da fragata Gago Coutinhoé que tomou verdadeira consciência de que estava a participar num golpe militar.
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