Não é inédito e muito menos consensual a tentativa de introduzir códigos de vestuário nas escolas públicas portuguesas. Os alvos são, normalmente, os decotes pronunciados, as minissaias, os calções demasiado curtos, ou as calças excessivamente descaídas. Os directores escolares admitem que as escolas devem ser espaços de “decoro no vestir e no falar”; os especialistas alertam para o facto de, na escola, os alunos não estarem apenas na sua “condição de estudantes”, mas também na sua “condição juvenil” — que passa por “alguma subversão em determinados modos de vestir, de calçar, de pentear, de performatizar o corpo”. E que parte do dever da escola é “acomodar estas expressões” e ser “um espaço confortável, seguro”. Uns pais apoiam a definição de regras sobre o vestuário, outros não. Bom senso ou intromissão?

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