Esse é o caso do “Shōgun”. Embora a maioria dos leitores provavelmente não esteja familiarizada com todos os eventos históricos nos quais o livro se baseia, as primeiras 800 páginas (e os primeiros nove episódios da série de 2024) sugerem fortemente que esta história terminará com uma grande e climática batalha. Afinal, é disso que todos os personagens estão falando. Certamente uma história chamada “Shōgun” não terminaria antes de vermos a batalha que tornou Toranaga Shōgun, certo?

Errado. “Shōgun” termina com o que poderia facilmente parecer uma série de anticlímax. O navio de Blackthorne, que ele deveria usar para lançar fogo contra os navios portugueses, é incendiado fora da tela. Yabu, que vem planejando nove episódios seguidos, é simplesmente exposto após sua última traição e ordenado a cometer Seppuku. (Ele faz isso sem reclamar.) Blackthorne e Buntaro, que estiveram brigando um com o outro durante toda a temporada, simplesmente fazem as pazes. Mais notavelmente, Toranaga revela que já negociou o acordo que lhe garantirá a guerra; a batalha só durará alguns meses, mas basicamente já foi vencida.

É surpreendente porque a primeira metade desta temporada realmente animou esta batalha. Disseram-nos repetidamente que Toranaga é um estrategista militar incrível, assim como nos disseram que o conhecimento de Blackthorne sobre a guerra de canhões mudará enormemente o curso da guerra Samurai de uma forma interessante e cinematográfica. O programa também nos deu vários cliffhangers no final do episódio que realmente pareciam implicar um episódio de guerra pesada na semana seguinte, apenas para que esse episódio fosse surpreendentemente pacífico mais uma vez. Acontece que toda a temporada foi uma isca e uma troca, não muito diferente do que Toranaga acabou de fazer contra seus inimigos. O anticlímax intencional funciona? Sim, principalmente devido a um personagem-chave.

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