Já foi há alguns anos. Marcos Barbosa entrou num armazém em Sintra, pertencente a uma igreja, repleto de completos interiores de casas (móveis e todo o tipo de objectos) comprados de atacado e vendidos, depois, para financiar essa mesma igreja. Perdeu uma tarde a explorar aquele “armazém enorme”, comprou duas ou três peças e quando se preparava para sair, o pastor, tendo percebido estar a lidar com alguém do teatro, ofereceu-lhe uma caixa cheia de cartas. Marcos tentou recusar, mas o pastor insistiu: “Fique com isto, são cartas de namorados durante a Guerra Colonial, alguém tem de contar esta história.” Quando chegou a casa, começou a ler e percebeu que era, afinal, correspondência trocada entre mãe e filho, calhando que a segunda carta que abriu era “o telegrama a avisar da morte do rapaz”, lembra ao PÚBLICO.

Fuente