Nas comemorações solenes dos 50 anos do 25 de Abril, pela primeira vez com 50 deputados da direita radical sentados nas bancadas – uma ironia sublinhada por André Ventura -, os quatro partidos daquele “hemisfério” fizeram discursos com ataques cruzados, elogios ao 25 de Novembro e críticas à esquerda, mas sobretudo com um alvo invulgar: três das intervenções apontaram baionetas ao Presidente da República, também ele de direita, por na véspera das comemorações ter sugerido reparações aos países colonizados por Portugal. Variaram no tom e na intensidade, mas Marcelo Rebelo de Sousa foi acusado de traição pelo Chega e censurado por Iniciativa Liberal e CDS. Foi poupado apenas pelo PSD.

O líder parlamentar do CDS, Paulo Núncio, abriu as hostilidades, seguiu-se o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, mas o mais agressivo foi André Ventura. O líder do Chega começou por dizer que desistiu da sua intervenção escrita ao ter ouvido o Presidente da República sugerir a necessidade de pagar indemnizações aos países colonizados, num jantar com os correspondentes estrangeiros em Portugal. “Lamento muito”, afirmou o chefe da direita radical no Parlamento, para lançar uma das piores acusações que se pode fazer a um Chefe de Estado: a de traição.

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