Mais de mil colonos israelitas extremistas irromperam hoje pela Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, onde se situa a mesquita de Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do Islão, durante a celebração da Páscoa judaica.

Os 1160 atacantes percorreram vários locais daquele lugar, onde se situa também a Cúpula da Rocha, por entre fortes medidas de segurança, noticiou a agência palestiniana Wafa.

Segundo a Wafa, os militares que seguiam os extremistas judeus impediram a livre circulação dos fiéis muçulmanos, que foram instados a apresentar os seus documentos de identificação.

Esta invasão coincidiu com o tradicional Birkat Kohanim, uma bênção sacerdotal judaica em massa que se realiza a meio da Pessach ou Páscoa e reúne milhares de judeus no Muro das Lamentações.

Nestas datas, é habitual os fiéis judeus tentarem entrar na Esplanada das Mesquitas, apesar do mal-estar que tais incursões causam na comunidade muçulmana.

De acordo com as suas leis religiosas, os judeus não podem rezar dentro da Esplanada das Mesquitas, ou o Monte do Tempo, para eles, porque se crê que ali foi erigido o Segundo Templo, o lugar mais sagrado para o judaísmo, onde apenas alguns rabinos podem rezar.

Por essa razão, os judeus rezam a partir do Muro das Lamentações, situado nas proximidades, de frente para o local onde se situou o templo.

Outras notícias que marcaram o dia

⇒ O Pentágono anunciou que os Estados Unidos iniciaram a construção de um porto temporário e um cais na Faixa de Gaza, para facilitar a entrega de ajuda humanitária ao território palestiniano bombardeado e sitiado por Israel. Perante os atrasos e bloqueios de Israel à distribuição de ajuda humanitária por terra, o Presidente norte-americano, Joe Biden, tinha anunciado no início de março a construção de um porto artificial. Navios militares norte-americanos “começaram a construir (…) o porto temporário e o cais no mar”, declarou à imprensa o porta-voz do Pentágono (Departamento da Defesa dos Estados Unidos), o general Pat Ryder. Este porto marítimo temporário deverá permitir que os navios militares ou civis nele depositem a sua carga. A ajuda humanitária será, depois, levada por embarcações de apoio logístico até um cais na costa de Gaza.

⇒ Um alto funcionário político do Hamas assegurou que o grupo islâmico está disposto a avançar com uma trégua de, pelo menos, cinco anos com Israel, se um Estado palestiniano independente for estabelecido. Al-Hayya falava à Associated Press (AP), numa altura que se continua a verificar um impasse nas negociações para o cessar-fogo em Gaza. A autoridade palestiniana espera estabelecer um Estado independente na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e em Gaza, uma solução que tem vindo a ser apoiada pela comunidade internacional.

⇒ Entre 80 mil e 100 mil palestinianos chegaram ao Egito desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, informou o embaixador da Palestina no Cairo, Diab Allouh. De acordo com a informação divulgada pela Agência France-Presse (AFP), o ponto de passagem de Rafah é, em teoria, a única abertura para a faixa de Gaza que não se encontra sob controlo direto de Israel.

⇒ Portugal e mais 17 países, incluindo Estados Unidos da América, França, Alemanha e Reino Unido, subscreveram um apelo para a libertação imediata dos reféns detidos pelo Hamas, foi hoje anunciado. “Exigimos a libertação imediata de todos os reféns detidos pelo Hamas em Gaza desde há mais de 200 dias. Entre esses reféns, estão cidadãos dos nossos países”, refere uma declaração conjunta dos líderes dos 18 países divulgada hoje pela Casa Branca. A declaração é subscrita também pela Argentina, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, Hungria, Polónia, Roménia, Sérvia, Espanha e Tailândia.

⇒ A relatora das Nações Unidas (ONU) para os Territórios Palestinianos pediu uma investigação sobre se o apoio político e militar de países ocidentais a Israel na guerra na Faixa de Gaza pode equivaler a cumplicidade com genocídio. “A cumplicidade no genocídio é um crime em si mesmo segundo a Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio”, disse Francesca Albanese, numa conferência de imprensa no final de uma visita de uma semana ao Egipto e à Jordânia, para avaliar a situação dos palestinianos em Gaza e na Cisjordânia.

⇒ Os Estados Unidos reforçaram as sanções ao Irão, visando novamente a indústria de ‘drones’ militares, em paralelo com sanções semelhantes impostas por Otava e Londres, quase duas semanas após o ataque de Teerão a Israel. Estas sanções económicas têm como alvo “mais de uma dúzia de entidades, pessoas e navios que desempenharam um papel central na facultação e no financiamento da venda clandestina de ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas) iranianos pelo Ministério da Defesa iraniano”, anunciou o Departamento do Tesouro norte-americano.

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