De manhã, foi atacado pelas direitas e acusado pelo Chega de “traição” à pátria. Ao fim da tarde, no Centro Cultural de Belém (CCB), quando recebeu os cinco presidentes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Presidente de Timor-Leste, Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso inócuo e breve, com menos de quatro minutos. Dois dias depois de ter defendido restituições e indemnizações às ex-colónias portuguesas num jantar com jornalistas estrangeiroso Presidente da República ignorou por completo o assunto perante os seus homólogos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste.

O assunto não fez parte de nenhum dos discursos dos responsáveis africanosmesmo depois de a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, ter pedido “ações concretas” esta quarta-feira, ao ouvir as declarações “contundentes” de Marcelo. Os Presidentes dos PALOP ignoraram o tema das indemnizações pela escravatura ou a restituição de obras de arte aos seus países, o que, aliás, tinha sido, em 2019, a questão que desencadeou a polémica entre Joacine Katar Moreira (ex-Livre) e André Ventura que a mandou regressar à Guiné-Bissau.

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