Em março, o crédito ao consumo aumentou em Portugal, contribuindo para o crescimento do crédito concedido pelos bancos a particulares. Na nota estatística do Banco de Portugal divulgada esta sexta-feira, o montante total dos créditos a particulares ascendeu a 128,2 mil milhões de euros, tendo a maior subida sido registada no crédito ao consumo, que atingiu em março 21,4 mil milhões de euros, mais 5,8% face a março de 2023.

Comparativamente à área do euro, verifica-se que a média de crescimento do crédito ao consumo foi inferior à de Portugal: nos países da zona euro o crescimento foi de 3% em março.

O grosso do crédito continua a ser financiamento para compra de casa, que totalizou em março 99 mil milhões de euros, tendo este valor decrescido 0,6% face a março de 2023, embora tenha crescido face a fevereiro de 2024. Na área do euro verificou-se também uma quebra no crédito à habitação de 0,3% em relação a março de 2023.

São valores que mostram que Portugal e os países da zona euro estão alinhados na tendência de descida no crédito à habitação, maior em Portugal, assim como na tendência de subida do crédito ao consumo, maior em Portugal do que nos países da área do euro.

Os empréstimos concedidos às empresas no final de março cifravam-se em 72,8 mil milhões, o que refletiu estabilidade face a fevereiro deste ano, mas um decréscimo de 0,8% face a março de 2023.

O Banco de Portugal destaca que “por setor de atividade, os setores das indústrias e eletricidade e do comércio, transportes e alojamento registaram taxas de variação anual negativas, de 3% e 2,6%, respetivamente” mantendo-se variações negativas de 3,1% e 2,5% em fevereiro.

O setor da construção e atividades imobiliárias apresentou uma taxa de variação anual positiva de 1,8%, inferior à observada em fevereiro de 2024 (2,1%).

Depósitos particulares sobem, os das empresas descem

Ó estoque de depósitos de particulares totalizava 182,2 mil milhões de euros, o que traduziu um aumento de 4,2% face a março de 2023, quando os depósitos estavam a cair. Segundo o Banco de Portugal esta taxa de variação foi a maior em termos anuais desde dezembro de 2022. Face a fevereiro o aumento foi de 0,8 mil milhões de euros.

Os depósitos a prazo (com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso) “aumentaram 0,5 mil milhões de euros” relativamente a fevereiro.

O Banco de Portugal destaca que “o estoque de depósitos das empresas nos bancos residentes totalizava, no final de março, 64 mil milhões de euros, mais 1,2 mil milhões de euros do que em fevereiro de 2024”.

Os depósitos das empresas registaram um decréscimo anual de 1,2%, inferior, no entanto, ao verificado em fevereiro de 2024, que foi de menos 1,6%.

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