Vários mestres nos advertiram: “Não devemos proclamar glórias que não são as nossas!” O tema é inspirador. Não nos devemos gabar do que outros fizeram bem. Nem nos arrepender do que outros fizeram mal. É verdade que podemos sentir emoção quando pensamos nos feitos de portugueses ao longo de oito séculos. Mas os feitos são deles, não nossos. E os crimes deles a eles pertencem, não a nós. Imaginar que “nós” somos todos, Vasco da Gama, Luís de Camões, Fernando Pessoa e nós próprios, é de uma presunção estúpida que só a gabarolice nacionalista explica. Pensar que “nós” somos todos, os que queimaram aldeias e escravizaram populações, é de uma tal patologia narcisista que custa a entender.

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