Família Klein volta a estar entre principais acionistas em 2019; gestão profissionalizada toca reestruturação que busca focar empresa no varejo tradicional

A Casas Bahiaque entrou em recuperação extrajudicial neste domingo, 28, é atualmente uma empresa de capital pulverizado, apesar de sua longa relação com a família fundadora Klein. A recuperação extrajudicial é uma negociação entre a empresa devedora e seus credores para renegociar dívida, sem depender de uma intervenção da Justiça.

A empresa renegocia dívidas de R$ 4,1 bilhões. O pedido de recuperação já foi pré-acordado com os principais credores, Bradesco e Banco do Brasilque detêm 54,5% dos débitos.

Atualmente, a família Klein possui cerca de 24% das ações da empresa, mas apenas Raphael Klein, neto do fundador, Samuel Klein (1923-2014), possui assento no conselho de administração.

A rede de varejo, especializada em eletroeletrônicos e móveis, foi criada em 1952, a partir das vendas como mascate do empresário Samuel Klein, nascido na Polônia e que fugiu do extermínio nazista durante a Segunda Guerra, antes de se estabelecer em São Caetano do Sul (SP).

Segundo Michael Klein, em entrevista ao Estadãoa crise tem relação com uma tentativa de crescimento acelerado da empresa durante a pandemia de covid, com investimentos massivos em comércio eletrônico.

“Na época, era melhor se voltar para o comércio eletrônico. Passou a pandemia e a empresa continuou priorizando o online. Mas o cenário mudou, com a entrada de novos competidores, como Amazon, Shopee e Shein”, disse. “A nova diretoria resgatou o papel original do varejo, de fazer o crediário físico, presencialmente, via entrevista.”

Em entrevista no ano passado, Renato Franklin foi na mesma linha. “Estávamos gastando muito dinheiro para construir muitas coisas. Isso é uma briga insalubre e que queima dinheiro sem parar. Se você vai para o lado, para fora disso, que sempre foi nosso diferencial como Casas Bahia, estamos num oceano azul”, disse.

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