Marques Mendes criticou a forma pouco dignificante que Marcelo Rebelo de Sousa usou para descrever o ex e o atual primeiro-ministro, assim como a sua relação com o filho. No habitual espaço de comentário na SIC este domingo à noite, Marques Mendes referiu que o Presidente da República foi ainda mais infeliz no que diz respeito ao que disse sobre as reparações para com as ex-colónias.

“Sejamos francos e diretos. Não há nenhum contencioso. Manda o bom senso que não se esteja a inventar um problema.” O comentador defende que é um assunto muito sensível: “Introduz clivagens (…) será sempre uma matéria a tratar com o Governo”, disse.

O comentador referiu-se ainda às listas para as eleições europeias, realçando o facto de o convite a Rui Moreira (para ocupar o segundo lugar na lista), ser “ridículo”. Não subscreveu as críticas à escolha de Sebastião Bugalho: “É um jovem com um talento invulgar. Vai muito longe, porque tem muita qualidade.”

Na lista do Partido Socialista valorizou a escolha de Marta Temido, “uma aposta numa pessoa popular”e de Francisco Assis, que elogiou pelo “gesto de humildade” que este demonstrou ao aceitar ser o número dois. Sobre o facto de não terem escolhido nenhum dos anteriores deputados acrescentou: “Não sei se a renovação não foi exagerada. É o meu único reparo”.

Pronunciando-se sobre a saída de Fernando Araújo do Serviço Nacional de Saúde disse que a demissão deste correspondeu a um gesto de honestidade e antecipação: “Há questões incompatíveis entre a ministra da Saúde e Fernando Araújo”.

“As pessoas gostam mesmo do 25 de Abril”

Recusando a explicação de que a adesão em massa ao 25 de Abril foi uma reação aos 50 deputados eleitos pelo Chega disse: “As manifestações foram poderosas e fortíssimas, com muito mais gente do que o habitual, primeiro porque as pessoas à direita e esquerda gostam genuinamente do 25 de Abrile depois, porque as pessoas também têm genuína admiração pelos militares, pelo gesto heroico.”

Destacou também o encontro do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no CCB, em Belém, com os presidentes dos PALOP. “Acho uma iniciativa muito feliz!”

E na cerimónia na Assembleia da República, chamou a atenção para o discurso de Aguiar Branco, para a oportuna homenagem às quatro vítimas do 25 de Abril, para a intervenção de Rui Tavares, do Livre, (“Fez um excelente discurso”); e para a de Ana Gabriela Cabilhas, do PSD (“Uma lufada de ar fresco”).

“Pinto da Costa não teve a arte da sair a tempo”

A intervenção de Marques Mendes começou pelo Futebol Clube do Porto.

Fez uma saudação a André Villas-Boas pela “vitória esmagadora” e pela coragem de “ser oposição sem se perder em calculismos”.

Considerou que Jorge Pinto da Costa “não teve a arte de sair a tempo”, embora tenha sublinhado a dimensão histórica da sua liderança: “O clube tinha uma dimensão regional e ele transformou o clube, dando-lhe uma dimensão nacional e internacional. É o presidente do clube com mais títulos alcançados.”

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