As guerras têm muitas consequências, algumas diretas, nos próprios teatros das mesmas, outras indiretas, às vezes a muitos milhares de quilómetros de distância. Que o digam os 1,3 milhões de habitantes da ilha de Chipre, o Estado-membro da União Europeia (UE) mais perto do conflito em Gaza e do Médio Oriente.

Primeiro foram os russos e ucranianos, que escolheram esta ilha de clima mediterrânico para escapar à guerra nos seus países. Agora, são israelitas, libaneses (alguns abastados, outros necessitados) e muitos sírios, que conseguem atravessar os 150 quilómetros que separam Chipre das costas sírias, que procuram abrigo naquele país da UE.

E se a sociedade cipriota sempre foi multicultural e multinacional — virtude do seu passado otomano, que criou populações de origem grega e turca na ilha, e do passado colonial britânico, que deixou marca até hoje ­—, agora é um verdadeiro caldeirão de nacionalidades, com os respetivos problemas e vantagens. Há dinheiro a rodos. A maioria dos russos, ucranianos, israelitas e alguns libaneses que vieram até à ilha de Afrodite é endinheirada e tem investido, mas a especulação imobiliária começa a ser um problema sério para o comum dos cipriotas, já para não falar das mudanças culturais e sociais que esta invasão implica.

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