Com a saída de Adrian Newey, a duvida que fica é se a Red Bull conseguirá manter a filosofia implantada sem o seu criador




Newey, Horner e Waché: passado e presente da Red Bull

Newey, Horner e Waché: passado e presente da Red Bull

Foto: Pool de conteúdo da Red Bull

Agora que a saída de Adrian Newey da Red Bull é oficial, a grande pergunta que se faz é: como será a vida da Red Bull a partir de agora?

Nos últimos tempos, houve uma narrativa por uma parte da imprensa inglesa de que Newey não era tão preponderante nos últimos tempos, ficando dedicado a outros projetos, deixando o dia a dia na mão de outros técnicos, como Pierre Waché, que é formalmente o Diretor Técnico da Red Bull.

Newey formalmente era o Chefe do Escritório Técnico da Red Bull, tendo muito mais um papel de supervisão do que exatamente “meter a mão na massa”. Em novembro do ano passado, uma matéria do The Telegraph justamente abordava a situação do “trio de ferro” taurino: Horner, Newey e Waché.

Neste artigo, que nós falamos dele aqui, Newey afirmava que metade do seu tempo era dedicado à F1, com o restante indo para outras iniciativas, como o hypercar RB17, o apoio ao time Allinghi com o barco da America’s Cup (onde a Mercedes também apoia a equipe ENEOS) e até mesmo submarinos…

Uma das preocupações de sempre era mostrar que Newey não era tão preponderante no sucesso da Red Bull, embora tenha ajudado a criar um ecossistema de captação de profissionais e uma estrutura de trabalho desde quando entrou na equipe em 2006. Basicamente uma linha de que “Newey não é uma pessoa, mas uma ideia”.

Mesmo assim, nesta mesma matéria, Horner deixa claro que ter Newey na equipe é “crucial” na concepção de um F1. Muito se falou que, neste atual formato técnico da F1, o trabalho de Newey foi mais focado nas suspensões. Como ele era um dos poucos na ativa que tinha uma efetiva experiência com efeito solo nos anos 80, acabou pesando neste diferencial da Red Bull desde 2022 com o RB18.

É papel de Christian Horner valorizar o seu time. Até aqui, não se pode falar do grupo que está à frente do gabinete técnico, cuja competência se comprova ano após ano. Mas se pode desistir de ter a experiência de Adrian Newey? Pierre Waché tem sido parte importante no sucesso da Red Bull nos últimos anos, mas a duvida é: teria condições de assumir a responsabilidade total deste barco?

Não são poucos que apostam numa repetição do quadro que aconteceu com Williams e McLaren, em 1997 e 2006. Ambas estavam no auge, mas perderam Newey e foram entrando em um processo de esvaziamento. Horner garante que pode seguir com o nível de excelência mesmo sem o criador de tudo.

A Red Bull tem o desafio de manter o Newerismo sem Newey. E não seguir o exemplo de suas irmãs. Até porque não podemos esquecer que a Red Bull é um instrumento de marketing e não tem mais um entusiasta à frente para bancar tudo…

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