O Museu de Arte e História Cultural do Castelo de Gottorf apresenta, até 3 de Novembro, O Castelo das Valquírias (O Castelo das Valquírias)a maior exposição individual de Joana Vasconcelos feita até hoje na Alemanha, meio ano depois de a artista portuguesa ter inaugurado a sua maior mostra no Brasil, em Novembro do ano passado no Museu Oscar Niemeyer.
Inaugurada esta quarta-feira e aberta até 3 de Novembro, O Castelo das Valquírias desdobra-se em dez instalações de grande escala. Como Valquíriassérie de esculturas feitas de tecidos, rendas, bordados, lã, lantejoulas, missangas, penas e LEDs dedicadas a mulheres como a filósofa feminista Simone de Beauvoir, a designer de moda Marina Rinaldi ou Elizabeth ‘Mumbet’ Freeman, figura pioneira do movimento abolicionista, tendo sido uma das primeiras afro-americanas escravizadas a abrir e a ganhar um processo de liberdade. Estas peças ocupam a Ilha dos Museus, em Schleswig. Outras das obras em destaque é Frísia Orientalum bule de ferro forjado de 2,30 metros de altura e mais de três metros de largura, exposto no Museu Eisenkunstguss Büdelsdorf.
A exposição, escreve o museu em comunicado, “mostra as diversas facetas da obra artística de Vasconcelos”, cujo trabalho é “informado pela apreciação do artesanato tradicional português e das técnicas artesanais, que ela coloca em novos contextos, reinterpreta e apresenta ao mundo”.
O museu recorda, no seu site oficiala biografia de Joana Vasconcelos, nascida em Paris em 1971, sublinhando que as suas obras misturam arte, moda e design “com facilidade e de forma única e atraente.”
“Exposições no Museu Guggenheim em Bilbau, no Palácio de Versalhes, na Galeria Uffizi, em Florença e, por último, mas não menos importante, as suas espectaculares contribuições para as Bienais de Veneza de 2005 e 2013 fizeram dela uma artista mundialmente procurada, cujas obras sensuais e teatrais fascinam e encantam o público”, descreve o Museu de Arte e História Cultural do Castelo de Gottorf.
Em declarações à agência Lusa, fonte do museu sublinhou a “enorme satisfação” por poderem mostrar “a maior exposição de Joana Vasconcelos até à data num museu alemão.” O Castelo das Valquírias foi comissariada e organizada por uma equipa liderada por Thorsten Sadowsky, director da instituição, tendo sido necessários cerca de dois anos para planeá-la.
Paralelamente à exposição, estão programadas várias actividades. Além das habituais visitas guiadas, haverá concertos, leituras, noites de cinema, sessões de ioga no museu ou um encontro de tricô e remendos. No ateliê prático da exposição, os visitantes poderão conhecer o trabalho de Joana Vasconcelos de uma outra maneira: tocando em peças originais numa “estação de toque”, desenhando a sua própria Valquíria no âmbito de um concurso ou fazer croché.
A exposição na Alemanha coincide com uma nova mostra da artista portuguesa em Espanha, a inaugurar na Central Artística de Bueño, nas Astúrias, no próximo dia 7, onde apresentará Diagonaisda série Tetrise a obra recente A Passiflora.
Esta última peça é uma homenagem à combatente antifascista espanhola Dolores Ibárruri (1895-1989), também conhecida como La Pasionaria, que fez de Não passaram! uma frase de ordem contra as tropas falangistas durante a Guerra Civil (1936-39), tornando-a numa máxima do antifascismo ainda hoje usada. Eleita para o parlamento espanhol em 1977, após a transição democrática que sucedeu à morte do ditador Francisco Franco, La Pasionaria foi presidente honorária do Partido Comunista Espanhol até à sua morte, em 1989.