Funcionários das escolas disseram que mais de 200 pessoas foram presas.

Nova Iorque:

Os protestos pró-palestinos que abalaram os campi dos EUA durante semanas foram mais silenciados na sexta-feira, após uma série de confrontos com a polícia, prisões em massa e uma diretiva severa da Casa Branca para restaurar a ordem.

A polícia de Manhattan liberou um acampamento na Universidade de Nova York após o nascer do sol, com um vídeo postado nas redes sociais por um oficial mostrando manifestantes saindo de suas tendas e se dispersando quando ordenados a fazê-lo.

O cenário parecia relativamente calmo em comparação com as repressões noutros campus por todo o país – e alguns em todo o mundo – onde os protestos contra a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza se multiplicaram nas últimas semanas.

Os administradores universitários, que tentaram equilibrar o direito ao protesto e as queixas de violência e discurso de ódio, têm apelado cada vez mais à polícia para expulsar os manifestantes antes dos exames de final de ano e das cerimónias de formatura.

Na Universidade de Chicago, o presidente da escola disse que as conversações com os manifestantes sobre um acordo falharam e indicou que, como resultado, a universidade poderia intervir num acampamento ali.

A notícia chegou no mesmo dia em que dezenas de contramanifestantes empunhando bandeiras americanas apareceram e confrontaram o grupo pró-palestiniano da escola, mas a polícia separou os dois lados, informou a mídia local.

Mais de 2.000 detenções foram feitas nas últimas duas semanas nos Estados Unidos, algumas durante confrontos violentos com a polícia, dando origem a acusações de uso excessivo de força.

O presidente Joe Biden, que tem enfrentado pressão de todos os lados políticos sobre o conflito em Gaza, fez os seus primeiros comentários expansivos sobre os protestos na quinta-feira, dizendo que “a ordem deve prevalecer”.

“Não somos uma nação autoritária onde silenciamos as pessoas ou reprimimos a dissidência”, disse Biden num breve discurso na Casa Branca.

“Mas também não somos um país sem lei. Somos uma sociedade civil e a ordem deve prevalecer.”

Seus comentários foram feitos horas depois que a polícia atacou os manifestantes na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, que assistiu a um confronto violento quando contra-manifestantes atacaram um acampamento fortificado ali.

Um grande contingente policial limpou à força o extenso acampamento na manhã de quinta-feira, enquanto flash bangs foram lançados para dispersar a multidão reunida do lado de fora.

Funcionários das escolas disseram que mais de 200 pessoas foram presas.

Na costa oeste dos EUA, na sexta-feira, os manifestantes em um acampamento da Universidade da Califórnia, em Riverside, foram dissolvidos à meia-noite, após um acordo com os administradores. O acordo veio após compromissos semelhantes na Universidade Rutgers de Nova Jersey, na quinta-feira, e na Universidade Brown, em Rhode Island, no início da semana.

Mundialmente

Os republicanos acusaram Biden de ser brando com o que consideram ser um sentimento antissemita entre os manifestantes, enquanto ele enfrenta oposição em seu próprio partido por seu forte apoio à ofensiva militar de Israel.

“Não deveria haver lugar em nenhum campus, nenhum lugar na América para o anti-semitismo ou ameaças de violência contra estudantes judeus”, disse Biden.

O secretário da Educação, Miguel Cardona, repetiu a condenação numa carta aos líderes universitários na sexta-feira, comprometendo-se a investigar relatos de anti-semitismo “agressivamente”, informou a CNN.

Entretanto, protestos estudantis semelhantes surgiram em países de todo o mundo, incluindo Austrália, França, México e Canadá.

Em Paris, a polícia interveio para libertar estudantes que organizavam uma manifestação na Universidade Sciences Po.

Um acampamento cresceu na prestigiada Universidade McGill, no Canadá, onde os administradores exigiram na quarta-feira que fosse retirado “sem demora”.

No entanto, a polícia ainda não havia tomado medidas contra o local até sexta-feira.

A guerra em Gaza começou quando militantes do Hamas realizaram um ataque sem precedentes a Israel, em 7 de outubro, que resultou na morte de mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com dados oficiais israelitas.

Israel estima que 128 reféns permaneçam em Gaza. Os militares israelenses dizem que 35 deles estão mortos.

A ofensiva retaliatória de Israel matou mais de 34.600 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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