O Governo japonês lamentou este sábado os comentários do Presidente norte-americano, Joe Biden, que considerou Japão, Índia, China e Rússia países xenófobos que não acolhem imigrantes.

É “lamentável que tenham sido feitos comentários que não se baseiam numa compreensão exacta da política do Japão”, lê-se num comunicado do Governo nipónico.

Num evento de angariação de fundos para a campanha presidencial, na noite de quarta-feira, Biden considerou que o Japão e a Índia são países xenófobos que não acolhem imigrantes, agrupando-os com China e Rússia quando tentava explicar as suas circunstâncias económicas, em contraste com as políticas de Washington.

Os comentários ocorreram apenas três semanas depois de a Casa Branca ter recebido o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, em visita de estado. Na ocasião, Biden referiu-se a uma “aliança inquebrável”, particularmente na segurança global.

Numa angariação de fundos num hotel onde a maioria de doadores era asiática-americana, Biden disse que as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos, em Novembro, serão sobre “liberdade, América e democracia” e que a economia do seu país estava a prosperar.

“Porquê? Porque acolhemos imigrantes”, disse Biden. “Pensem nisso: por que motivo a China está tão estagnada economicamente? Por que o Japão está com problemas? Porquê a Rússia? Porquê a Índia? Porque são xenófobos. Eles não querem imigrantes”

O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, justificou que Biden estava a defender uma posição mais ampla sobre a postura dos Estados Unidos em relação à imigração.

“Os nossos aliados e parceiros sabem bem, de maneira tangível, como o Presidente Biden os valoriza, a sua amizade, a sua cooperação e as capacidades que trazem para todo o espectro em uma série de questões, não apenas relacionadas à segurança”, disse Kirby na quinta-feira.

Tóquio indicou que o esclarecimento foi ouvido. “Tomámos nota da explicação do Governo norte-americano de que os comentários em questão não foram feitos com o objectivo de prejudicar a importância e a continuidade das relações entre o Japão e os Estados Unidos”, lê-se ainda no comunicado.

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