A Paramount decidiu abrir formalmente negociações com um grupo de licitação liderado pela Sony Pictures Entertainment e pela gigante de private equity Apollo, segundo três pessoas familiarizadas com o assunto. A mudança ocorre depois que um período de negociações exclusivas com o estúdio de Hollywood Skydance terminou na noite de sexta-feira.

Um comitê especial do conselho de administração da Paramount se reuniu no sábado e assinou o início das negociações de acordo com a Sony e a Apollo, que na semana passada apresentaram uma carta de interesse avaliando a empresa em US$ 26 bilhões, disseram as pessoas. O comitê também decidiu pressionar por mais negociações com Skydance, um estúdio fundado pelo descendente de tecnologia David Ellison.

A Paramount, proprietária da Nickelodeon, MTV, CBS e Paramount Pictures, vem explorando um acordo enquanto enfrenta ventos contrários em todo o setor, incluindo o declínio da TV a cabo e a falta de lucratividade de seus negócios de streaming.

Qualquer acordo entre o grupo Sony e a Paramount enfrenta obstáculos. As regulamentações governamentais restringem a propriedade estrangeira de redes de radiodifusão e provavelmente impediriam que a empresa-mãe da Sony, com sede no Japão, fosse proprietária da CBS. O grupo licitante provavelmente pressionaria para que a Apollo, com sede nos Estados Unidos, detivesse os direitos da licença de transmissão da CBS, de acordo com duas pessoas familiarizadas com sua estratégia.

Os reguladores governamentais também avaliaram agressivamente as aquisições sob o presidente Biden, com o Departamento de Justiça e a Comissão Federal de Comércio agindo para bloquear uma série de acordos propostos. Nem todas essas medidas dos reguladores foram bem-sucedidas.

Também resta saber se a National Amusements, controladora da Paramount, apoiará a oferta Sony-Apollo. A National Amusements tem o poder de vetar qualquer negócio, dando aos novos licitantes um incentivo extra para garantir a sua aprovação, embora a National Amusements tenha se comprometido a apoiar a decisão do comitê especial.

A oferta em dinheiro da Sony e da Apollo foi apoiada por muitos acionistas como uma alternativa à fusão com a Skydance. No final do ano passado, Shari Redstone, que controla a National Amusements, assinou um acordo potencial para vender sua participação para a Skydance, mas esse acordo depende de uma transação relacionada para a fusão da Skydance com a Paramount. O acordo foi paralisado na semana passada, depois que os dois lados não conseguiram chegar a um acordo após um mês de negociações exclusivas. Os acionistas foram pessimistas em relação ao acordo, dizendo que enriqueceria Redstone às suas custas.

Nos termos atualmente contemplados na união Sony-Apollo, a Sony seria o acionista controlador, com a Apollo detendo uma participação minoritária, segundo duas pessoas familiarizadas com a estratégia dos licitantes. Os executivos da Sony discutiram a operação do estúdio Paramount como uma divisão de seu império maior, unindo os estúdios por trás das franquias “Homem-Aranha” e “Missão: Impossível” e combinando suas operações de marketing e distribuição teatral.

Embora os detalhes do acordo ainda não tenham sido detalhados, a Sony e a Apollo discutiram colocar a Paramount – que inclui o serviço de streaming Paramount+ e a rede de transmissão CBS – em uma joint venture, disseram as duas pessoas. Um cenário em discussão é permitir que a Apollo venda a sua participação minoritária de volta à Sony dentro de alguns anos, permitindo à Sony consolidar a sua propriedade na empresa.

Não está claro o que Skydance fará a seguir. Ela melhorou sua oferta à Paramount na semana passada, oferecendo um investimento de US$ 3 bilhões para recomprar ações e pagar dívidas, mas esse incentivo extra não foi suficiente para levar o negócio até a linha de chegada. A Skydance ainda poderia melhorar sua oferta, mas uma pessoa familiarizada com a estratégia da empresa disse que ela não estava disposta a continuar a negociação apenas para aumentar o preço para outro pretendente.

A Paramount ainda está interessada em um possível acordo com a Skydance e até se ofereceu para cobrir os honorários advocatícios da empresa, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.

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