Um grupo de manifestantes pró-Palestina interrompeu o evento anual “Marcha dos Vivos” no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, na Polónia, onde milhares de pessoas se reuniram para comemorar o Dia em Memória do Holocausto.

O incidente gerou fúria quando participantes e sobreviventes do Holocausto relataram assédio verbal e cantos ofensivos durante o evento solene.

A ‘Marcha dos Vivos’ é uma caminhada simbólica de Auschwitz a Birkenau, em homenagem aos seis milhões de judeus que foram mortos durante o Holocausto.

Este ano, a marcha atraiu um número significativo de participantes, incluindo sobreviventes do Holocausto, cidadãos israelitas e famílias das pessoas afectadas pelos recentes ataques terroristas do Hamas, incluindo o massacre no sul de Israel em 8 de Outubro.

No entanto, o clima foi prejudicado por um pequeno grupo de manifestantes que organizou uma manifestação perto do local, exibindo faixas que diziam “pare o genocídio” e agitando bandeiras palestinas. Segundo testemunhas oculares, alguns manifestantes gritaram para os participantes da marcha, criando uma atmosfera tensa. Os participantes israelenses responderam com versos de ‘Am Israel chai’, um hino de solidariedade judaica.

Auschwitz-Birkenau, um lugar de profundo significado histórico, viu o assassinato sistemático de mais de um milhão de judeus pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Qualquer perturbação durante eventos comemorativos no local é justamente vista como profundamente desrespeitosa e inflamatória.

A Marcha Internacional dos Vivos, que organiza o evento anual, emitiu um comunicado condenando o incidente.

Dizia: “Marchamos hoje para dar voz aos seis milhões de vítimas do genocídio industrial do povo judeu cometido pelos nazistas. A meia dúzia de manifestantes que perversamente viram isso como uma oportunidade para expressar o ódio contra Israel e o povo judeu servem como um lembrete oportuno da importância da educação e da lembrança do Holocausto e de ensinar os perigos do ódio e do extremismo”,

O incidente ocorre num momento de maior tensão, à medida que o conflito em curso no Médio Oriente se aproxima do seu sétimo mês. Apesar das negociações de cessar-fogo em curso, as forças israelitas continuam as operações militares em Gaza, provocando protestos e alimentando ainda mais o debate global em torno do conflito israelo-palestiniano.

As autoridades da Polónia, onde decorre a marcha, ainda não emitiram uma resposta formal ao incidente.

A “Marcha dos Vivos” continuará o seu caminho tradicional, com os organizadores a enfatizar a importância de homenagear as vítimas e sobreviventes do Holocausto de uma forma respeitosa e digna.

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