A história da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) leva já mais de 500 anos. As origens da instituição remontam a 1498, quando a rainha D. Leonor criou, na Sé de Lisboa, uma irmandade para acudir aos pedintes que se iam aglomerando na cidade. Hoje, o papel social da Santa Casa continua no centro da sua atividade, mas a deterioração das suas contas nos últimos anos e a estreita ligação ao poder político colocaram a SCML no centro da atenção mediática, e levaram os deputados na Assembleia da República a querer ouvir atuais e ex-responsáveis da instituição. E serão sobretudo as decisões dos últimos anos a ser objeto do escrutínio dos deputados.

Na história da instituição o jogo assume uma função relevante há mais de dois séculos. Em 1783 as dificuldades financeiras levaram a Mesa da Santa Casa de Lisboa a pedir à Rainha D. Maria I autorização para lançar uma lotaria anual. No século XIX a instituição voltaria a passar por apertos financeiros, com uma quebra dos lucros da lotaria a forçar a entidade a vender imóveis e a aplicar o produto da venda em títulos do Tesouro, segundo conta a história publicada no site da SCML.

A ligação da SCML ao jogo seria ampliada no século seguinte. Em 1961 era criado o Totobola (cujas receitas permitiram, por exemplo, criar o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão). Na década de 1980 nasceriam o Totoloto e a Lotaria Popular, a que se juntariam, na década de 1990 o Joker e a Lotaria Instantânea (“raspadinha”). E essa aposta prosseguiria no novo século.

O orçamento e plano de atividades da SCML para 2024 (publicado ainda em 2023) prevê receitas totais de 291 milhões de euros, dos quais mais de 214 milhões vêm dos jogos sociais. Os gastos estimados para o corrente ano rondam os 273 milhões de euros e a maior fatia, quase 163 milhões de euros, são custos com pessoal.

Mas quais foram as principais apostas da Santa Casa no jogo nos últimos anos?

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