Para uns foi o início de uma jornada, para outros é o fim. O cortejo da Queima das Fitas arrancou no sítio do costume e à hora habitual. Por volta das 14 horas, milhares de estudantes do ensino superior marcaram encontro na Praça da República para depois seguirem para a rua de Camões. O desfile terminou em frente à câmara municipal e a festa continuou dentro da fonte da Praça de Gomes Teixeira.

“É o fim de uma etapa, mas tive experiências e memórias que nunca vou esquecer. Agora em semana académica é aproveitar os últimos momentos”, diz Beatriz Santos, finalista do curso de Ciências da Comunicação, que pretende ainda fazer um mestrado. Ana e Bárbara estão a meio da licenciatura em Economia e já sentem que estes são “os melhores anos da vida”. Ainda que sem voz, o espírito contagiante emanava sons estridentes.

O encontro reuniu cerca de 400 mil pessoas e mais de 40 carros alegóricos que, apesar da euforia académica, não deixaram esconder as maiores preocupações de cada um: salários baixos, desemprego e emigração. Os preços do alojamento estudantil e os 50 anos do 25 de Abril foram outros temas escolhidos pelos estudantes para o desfile de 2024. “O carro é uma óptima oportunidade para fazer uma crítica social”, apontou Soraia Pita, que frequenta o primeiro ano do mestrado em Psicologia. “Carteiras e barrigas vazias”, lia-se no carro alegórico do curso.

Outros banhos de água fria, estes na fonte dos Leões, já são tradição. Na água trocaram-se abraços, choros, “cartoladas” e reuniram-se tunas, casais e grupos de amigos. “Foram muitas noites a tocar aqui e por isso faz todo o sentido a tuna entrar nos Leões para fechar o cortejo”, conta Diogo Pinheiro, finalista da licenciatura de sociologia e membro da Tuna de Letras da Universidade do Porto.



Fuente