À primeira vista, poderá parecer que a agricultura nada tem a ver com saúde, mas promover a sanidade animal e vegetal significa proteger a humanidade. Ligar os animais e plantas ao bom funcionamento dos ecossistemas é criar “a lógica de uma só saúde” e com a agricultura que se pratica atualmente, que combina “saberes do passado” e ferramentas inovadoras, concretiza-se esse objetivo, explicou Nuno Canadá, presidente do conselho diretivo do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).

No mesmo sentido, Firmino Cordeiro, diretor-executivo da AJAP, acrescentou que “somos aquilo que comemos” e apontou os elevados padrões de segurança alimentar impostos pela União Europeia que, naturalmente, Portugal também cumpre. De facto, as regras são apertadas, pelo que os produtos que chegam ao consumidor são “altamente seguros”, garantiu Nuno Canadá. No entanto, apontou, a produção animal, nomeadamente de ruminantes – frequentemente criticada por razões ambientais –, é parte essencial do ecossistema, inclusive para garantir a boa saúde do país. É “incontornável continuar a produzir carne”, não só porque o ser humano precisa de consumir aquelas proteínas, mas também porque “fixa população nos territórios de baixa densidade e mantém as aldeias vivas”. Para Aline Hall de Beuvink, apesar de ser claro que os consumidores são agora mais preocupados com o ambiente e o bem-estar dos animais, é importante “promover o equilíbrio” e não ser “radical” a ponto de acabar com a produção animal.

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