“Não é um saneamento político, se fosse já teria quatro ou cinco pessoas para pôr lá” – Maria do Rosário Palma Ramalho, ministra da Segurança social, garante que a exoneração de Ana Jorge de provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), não aconteceu por razões políticas, mas por a ex-ministra socialista não ter competências para o lugar. “Perdi a confiança absolutamente”, disse Maria do Rosário Palma Ramalho, em entrevista à RTP, esta terça-feira, onde anunciou que procura um “perfil financeiro” para o lugar.

Encontrar esse perfil e mudar a administração ““é urgente, mas não é precipitado”, defendeu a ministra. Quanto à contradição entre os termos da exoneração e a manutenção em funções da administração, Maria do Rosário Palma Ramalho respondeu que ”não quis correr o risco” de interrupção na atividade daquela instituições, dando exemplos do que receou que pudesse acontecer: que não fossem pagos enfermeiros ou não fossem dadas ordens de compras das refeições para pessoas que dependem da assistência da Misericórdia de Lisboa.

Na entrevista, a ministra, que falava pela primeira vez desta decisão, explicou que durante um mês avaliou a situação, acusando a administração da SCML de “total falta de resposta” para as dúvidas e preocupações do Governo. Tendo tomado a decisão de mudar a administração, Palma Ramalho diz que ainda deu hipótese a Ana Jorge de apresentar ela própria a demissão porque “é uma coisa mais simpática para um dirigente de uma instituição pública” e a ex-ministra da Saúde pediu-lhe três horas para pensar. Ana Jorge, contudo, entendeu que não tinha razões para apresentar a demissão, pelo que o Governo optou pela exoneração “inevitável” nas palavras da ministra

A SCML tem “graves problemas financeiros e operacionais” e uma “rutura de tesouraria”, disse a ministra, para quem há um “perigo total” de quebra na atividade de assistência social da instituição, o que só ainda não aconteceu devido à transferência direta de 34 milhões de euros da Segurança Social (correspondentes a uma dívida pendente. “Esse perigo intensificou-se ao longo do último ano”, acusa a ministra, para quem a prioridade é a 2gestão desta situação”.

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