O porta-voz das Nações Unidas (ONU) confirmou hoje em Nova Iorque, que, até ao momento, não entrou na Faixa de Gaza qualquer mercadoria para utilização em operações humanitárias através das passagens de Rafah ou Kerem Shalom.

“Estamos envolvidos com todos os atores na retomada da entrada de mercadorias, inclusive combustível, para que possamos voltar a gerir os produtos recebidos. No entanto, a situação permanece extremamente fluida e continuamos a enfrentar uma série de desafios, no meio de hostilidades ativas”, assinalou Stéphane Dujarric, no seu ‘briefing’ diário à imprensa.

O porta-voz reforçou a necessidade de combustível para sustentar as operações humanitárias no enclave, num momento em que a quantidade que a ONU dispõe é suficiente apenas para mais algumas horas.

A ofensiva recente sobre Rafah e os cortes na entrada de ajuda humanitária têm levado a ONU a alertar para a “fome total” no norte do enclave palestiniano e no risco para toda a população. Catherine Russell, diretora executiva da Unicef, reiterou numa publicação na rede social X (antigo Twitter) que as organizações no local precisam de combustível com enorme urgência;

Anteriormente, o Exército israelita revelou que voltou a fechar hoje a passagem de Kerem Shalom, no sul da Faixa de Gaza, após um alegado novo ataque do grupo palestiniano Hamas, limitando ainda mais a entrada de ajuda humanitária no enclave.

“Hoje o Hamas atacou Kerem Shalom, pela terceira vez esta semana”, disse à agência EFE um porta-voz militar israelita.

No seu ‘briefing’, Dujarric alertou que as principais instalações médicas em Rafah, também no sul do enclave, poderão em breve tornar-se inacessíveis ou inoperantes.

A título de exemplo, o porta-voz indicou que um dos três hospitais de Rafah – Al Najjar – teve de ser desocupado abruptamente na terça-feira, por estar localizado numa área sujeita às ordens de evacuação enviadas pelas Forças de Defesa Israelitas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, esta unidade tem o único departamento de diálise ainda em funcionamento na Faixa de Gaza, que “é uma tábua de salvação para cerca de 200 pacientes que necessitam desse serviço”.



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