A EDP alcançou nos primeiros três meses deste ano um resultado líquido de 354 milhões de euros, mais 17% do que no mesmo período do ano passado, informou esta quinta-feira a elétrica em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A margem bruta do grupo recuou 16%, para 1,78 mil milhões de euros, e o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) também baixou 5%, para 1,34 mil milhões de euros. Este desempenho esteve associado, segundo a EDP, a uma “menor margem” no negócio de produção e comercialização de eletricidade na Península Ibérica.

Por áreas de negócio, o EBITDA da divisão eólica e solar melhorou 1% (para 454 milhões de euros), mas o da hídrica, clientes e gestão de energia na Península Ibérica afundou-se 32% (para 361 milhões de euros). Melhor desempenho teve a área de redes de eletricidade, cujo EBITDA global cresceu 24% (para 473 milhões de euros).

No entanto, a EDP melhorou em 9% o seu resultado financeiro e também diminuiu em 25% os seus encargos com impostos (o alívio fiscal neste primeiro trimestre foi de 70 milhões de euros), o que contribuiu para impulsionar o resultado líquido do arranque do ano.

Na rubrica fiscal, a taxa efetiva de imposto apurada pelo grupo EDP baixou de 31% no primeiro trimestre de 2023 para 23% em 2024. Na tributação do resultado a elétrica economizou 68 milhões de euros. A EDP explica-o com o registo de resultados antes de impostos negativos em Espanha.

A isso somou-se uma redução de 2 milhões de euros nos encargos com a CESE – Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (cujo encargo no primeiro trimestre se cifrou em 48 milhões de euros, contra 50 milhões no período homólogo).

No final de março a elétrica liderada por Miguel Stilwell de Andrade apresentava uma dívida líquida de 15,9 mil milhões de euros, mais 4% do que em dezembro. O rácio de endividamento (dívida líquida / EBITDA) agravou-se, passando de 3,3 para 3,5 vezes.

A EDP justifica o aumento da dívida com a “aceleração do investimento em energias renováveis e redes de eletricidade” e com o aumento do défice tarifário, que só foi parcialmente mitigado pelo encaixe de 538 milhões de euros com as vendas de ativos.

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