O acampamento estudantil na Faculdade de Psicologia e no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, que ocupa o local desde terça-feira em solidariedade para com o povo palestiniano e pelo fim do uso de combustíveis fósseis, começou esta noite a ser dispersado por agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).

Ao Expresso, fonte do Climáximo, um dos coletivos ambientalistas na organização do acampamento, disse que se encontravam no local “cerca de 20 agentes da polícia para dispersar o acampamento”. Perto das 23h, ainda não tinham sido registados detidos, mas a mesma fonte disse que “a polícia deu agora o terceiro aviso para as pessoas saírem”.

O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP também confirmou a operação, indicando que lhe foi “comunicada a ocupação” e que vai “agir de acordo com o que está determinado na lei”.

A reitoria da Universidade de Lisboa (UL) confirmou, num comunicado, que apelou à intervenção das autoridades, por considerar que um protesto inicialmente legítimo começou a resultar em “preocupantes situações de destruição do património, grafitagem e ameaça à segurança através da eliminação e arrombamento de fechaduras”.

A UL também mencionou um “aumento da preocupação dos estudantes das duas instituições com possíveis interrupções de atividades previstas, letivas e não letivas”. “Perante esta situação, o Reitor da ULisboa e os diretores da Faculdade de Psicologia e do Instituto de Educação solicitaram a intervenção das autoridades, de forma a repor a segurança de bens, equipamentos e pessoas das suas instituições”, afirmaram.

A mesma instituição garante que as direções das faculdades “favoreceram inicialmente a coexistência da manifestação de protesto com o desenvolvimento das atividades”, por valorizarem “a expressão livre de ideias”Mas defende que os “métodos e comportamentos” dos alunos “põem seriamente em causa a segurança de pessoas e bens e, por extensão, o bom funcionamento da ULisboa e das suas Escolas”.

Os estudantes e jovens dos grupos presentes na manifestação na UL exigem, entre muitas outras ações, um cessar-fogo imediato na Faixa de Gazao reconhecimento do Estado palestiniano e da situação em Gaza como um “genocídio”, e apelam a um boicote de todas as instituições de ensino ao Governo israelita. Há também coletivos climáticos na organização que, como em eventos anteriores, apelam a políticas ambientais mais ambiciosas, nomeadamente o fim do uso de combustíveis fósseis.

O acampamento estudantil na Universidade de Lisboa seguiu exemplo do acampamento na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde milhares de estudantes exigem o fim da associação da sua universidade com o governo israelita. O protesto foi repetido por todos os EUA e pela Europa e, como em Columbia, muitos foram reprimidos violentamente pelas forças policiais.

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