Os residentes nas Baleares exigem o fim do turismo de massa, uma vez que as comunidades locais estão à beira do colapso devido ao enorme afluxo de visitantes.

O arquipélago mediterrâneo é um destino extremamente popular para visitantes estrangeiros, atraindo milhões de amantes do sol todos os anos.

No ano passado foi o segundo lugar mais visitado em Espanha depois de Barcelona, ​​com as Ilhas Canárias em terceiro.

Cerca de 14,4 milhões de turistas chegaram às ilhas, um aumento de 9,1 por cento em relação ao ano anterior.

O número cada vez maior de visitantes está a colocar uma enorme pressão sobre as infra-estruturas municipais e a causar uma revolta crescente nas comunidades locais.

Os moradores reclamam regularmente de estradas congestionadas, ônibus lotados e praias lotadas, dizendo que o turismo está tornando suas vidas uma miséria.

Os moradores de Soller estão furiosos com os enormes engarrafamentos e temem que o pior esteja por vir com a aproximação da alta temporada.

Filas de quilómetros de carros nos pontos de entrada e saída da cidade e no porto estão a tornar-se uma ocorrência diária, obrigando as pessoas a esperar horas antes de poderem chegar às suas casas.

Moradores furiosos recorreram às redes sociais para expressar sua raiva pela situação insuportável.

Um deles escreveu: “Se você mora em Maiorca, ficará preso de maio a setembro. Estão nos vendendo a ideia de que vivemos do turismo, mas nos obrigam a viver para isso.

“A mesma situação já dura há mais de quatro dias e ainda não estamos na alta temporada, isso é insuportável”.

Outro disse: “É hora de adotar um modelo de turismo sustentável, de dar um basta à superlotação, de levar em conta os moradores e o meio ambiente. É hora de acabar com esta situação”.

A raiva crescente está a forçar as autoridades locais a tomar medidas numa tentativa de acalmar o ânimo do público.

Marga Prohens, Presidente do Governo das Baleares, admitiu que as ilhas “chegaram ao seu limite” e que “não podemos mais crescer”.

Ela anunciou uma consulta pública com as comunidades locais e organizações de base para tentar chegar a um consenso sobre o caminho a seguir.

Os activistas estão a organizar um Congresso de Turismo da Sociedade Civil no dia 26 de Junho, no qual irão discutir propostas para reduzir o número de turistas.

Estas incluem a redução do alojamento turístico e a imposição de limites ao tamanho dos navios de cruzeiro que podem visitar as ilhas.

Questões como as alterações climáticas, a preservação da água e a protecção do ambiente também estarão na ordem do dia.

Jaume Garau, um dos organizadores da conferência, afirmou: “Há um sentimento geral em Maiorca de que fomos longe demais e temos de dar um passo atrás”.

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