Onde você está? Para onde você vai? Quem te ajuda a saber isso é a bússola do cérebro, relacionada com regiões como o lobo parietal e o para-hipocampo
Sabe o que impede o ser humano de se perder? Uma espécie de “bússola do cérebro”, revelada em um estudo da Natureza Comportamento Humano na última segunda-feira (6). Os autores, que pertencem à Universidade de Birmingham (Reino Unido) identificaram uma assinatura de atividade cerebral relacionada com o lobo parietal e o para-hipocampo que ajuda na orientação.
A primeira etapa do estudo teve a participação de 52 voluntários, que passaram por electroencefalograma e tiveram os sinais cerebrais e os movimentos monitorados.
Já a segunda etapa foi feita com dez voluntários equipados com eletrodos no crânio, e possiblitou uma visão mais detalhada das regiões do cérebro ativadas de acordo com os movimentos da cabeça e dos olhos.
Com isso, o grupo percebeu que a bússola do cérebro tem a ver com regiões:
- Lobo temporal medial (envolvido na memória)
- Córtex parietal (envolvido na ligação das informações recebidas)
- Para-hipocampo (envolvido no reconhecimento de locais)
Os sinais nestas regiões foram enviados pouco antes dos movimentos da cabeça. Isos sugere um papel importante para que a pessoa saiba onde está e qual caminho seguir.
De acordo com os autores do estudo, entender melhor compreensão de como o cérebro “pilota” o corpo humano é mais importante do que a gente imagina.
Por que conhecer a “bússola do cérebro” é importante?
Ao entender essa atividade cerebral, a ciência pode ajudar a prevenir a quebra desse circuito neural específico.
Ou seja: a descoberta pode abrir novos caminhos para explorar essas características, com implicações para a pesquisa de doenças neurodegenerativas que prejudicam a capacidade do ser humano de saber onde está, como no caso do doença de Alzheimer.
À medida que o Alzheimer progride, as áreas do cérebro responsáveis pela orientação espacial e pela memória começam a deteriorar, o que pode resultar em desorientação e confusão sobre o ambiente ao redor e sobre a própria localização.
Assim, essa compreensão pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de diagnóstico precoce e intervenções terapêuticas.
Mas segundo os pesquisadores, essa descoberta da “bússola cerebral” vai muito além, e pode ajudar até mesmo a melhorar as tecnologias de navegação em robótica e IA.
Fonte: Natureza Comportamento Humano
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