Onde você está? Para onde você vai? Quem te ajuda a saber isso é a bússola do cérebro, relacionada com regiões como o lobo parietal e o para-hipocampo

Sabe o que impede o ser humano de se perder? Uma espécie de “bússola do cérebro”, revelada em um estudo da Natureza Comportamento Humano na última segunda-feira (6). Os autores, que pertencem à Universidade de Birmingham (Reino Unido) identificaram uma assinatura de atividade cerebral  relacionada com o lobo parietal e o para-hipocampo que ajuda na orientação.



Foto: Joshua Woroniecki/Unsplash/Canaltech

A primeira etapa do estudo teve a participação de 52 voluntários, que passaram por electroencefalograma e tiveram os sinais cerebrais e os movimentos monitorados.

Já a segunda etapa foi feita com dez voluntários equipados com eletrodos no crânio, e possiblitou uma visão mais detalhada das regiões do cérebro ativadas de acordo com os movimentos da cabeça e dos olhos.

Com isso, o grupo percebeu que a bússola do cérebro tem a ver com regiões:

  • Lobo temporal medial (envolvido na memória)
  • Córtex parietal (envolvido na ligação das informações recebidas)
  • Para-hipocampo (envolvido no reconhecimento de locais)

Os sinais nestas regiões foram enviados pouco antes dos movimentos da cabeça. Isos sugere  um papel importante para que a pessoa saiba onde está e qual caminho seguir.

De acordo com os autores do estudo, entender melhor compreensão de como o cérebro “pilota” o corpo humano é mais importante do que a gente imagina.

Por que conhecer a “bússola do cérebro” é importante?

Ao entender essa atividade cerebral, a ciência pode ajudar a prevenir a quebra desse circuito neural específico.




Cientistas descobrem como o cérebro ajuda a gente a saber onde está e para onde vai (Imagem: iLexx/Envato)

Cientistas descobrem como o cérebro ajuda a gente a saber onde está e para onde vai (Imagem: iLexx/Envato)

Foto: Canaltech

Ou seja: a descoberta pode abrir novos caminhos para explorar essas características, com implicações para a pesquisa de doenças neurodegenerativas que prejudicam a capacidade do ser humano de saber onde está, como no caso do doença de Alzheimer.

À medida que o Alzheimer progride, as áreas do cérebro responsáveis pela orientação espacial e pela memória começam a deteriorar, o que pode resultar em desorientação e confusão sobre o ambiente ao redor e sobre a própria localização.

Assim, essa compreensão pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de diagnóstico precoce e intervenções terapêuticas.

Mas segundo os pesquisadores, essa descoberta da “bússola cerebral” vai muito além, e pode ajudar até mesmo a melhorar as tecnologias de navegação em robótica e IA.

Fonte: Natureza Comportamento Humano

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