As travessuras envolvendo a linha do tempo dos “Macacos” começaram com o quinteto original dos filmes “Planeta dos Macacos”. Afinal, aquele final icônico do filme de 68 foi inicialmente planejado para ser a palavra final em “Macacos”, e uma sequência foi feita em grande parte devido ao estúdio 20th Century-Fox precisar de um sucesso após uma série de fracassos de bilheteria. Felizmente, o roteirista Paul Dehn foi capaz de pegar os inúmeros problemas dos bastidores de “Beneath the Planet of the Apes” e transformá-los no que acaba sendo uma sequência notavelmente ousada. Mesmo assim, há uma sensação de que a série escapa por pouco de sair dos trilhos, já que Dehn opta por literalmente adotar a opção nuclear durante o final do filme, explodindo o planeta para sempre.

O próximo filme, “Escape From the Planet of the Apes”, não procurou reconfigurar ou redefinir a linha do tempo, mas sim reverter a premissa do filme original, em que alguns macacos do futuro conseguem viajar de volta no tempo para o início da década de 1970. A reviravolta inteligente sugerida por tal premissa se concretiza em “A Conquista do Planeta dos Macacos”, revelando que a sociedade de macacos sencientes que suplantou a humanidade foi iniciada graças à incursão de macacos do futuro. Como os filmes “Macacos” eram feitos um de cada vez, sem material de origem específico ou esboço a seguir, ocorreram algumas inconsistências de continuidade; a maior diferença é como, em “Beneath”, é dito que o macaco que iniciou a revolta da espécie contra os humanos se chamava Aldo, enquanto em “Conquest”, na verdade é César (interpretado por Roddy McDowall) quem incita a revolução, com Aldo (Claude Akins) aparecendo no próximo filme, “Batalha pelo Planeta dos Macacos” em uma capacidade diferente.

No entanto, Dehn e os vários cineastas da série parecem fazer dessas diferenças uma característica, não um bug, o que implica que a linha do tempo de “Macacos” é rígida e maleável. Em outras palavras, está fadado que os macacos subam e a humanidade caia, mas as diferenças nos detalhes sobre como isso ocorre fornecem um vislumbre de esperança de que a Terra pode não estar necessariamente condenada, como “Beneath” promete inicialmente.

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