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Israel proíbe prestação de serviços a palestinianos pelo consulado de Espanha

Israel vai impedir a prestação de serviços a palestinianos pelo consulado de Espanha em Jerusalém, disse nesta sexta-feira o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz.

“Decidi cortar a ligação entre a representação diplomática de Espanha em Israel e os palestinianos e proibir o consulado espanhol em Jerusalém de prestar serviços aos palestinianos na Judeia e Samaria [Cisjordânia]”, escreveu Israel Katz na rede social X.

O ministro justificou a decisão com o reconhecimento por Espanha da Palestina como Estado e com declarações da vice-presidente do Governo de Madrid e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, que Israel considera um “apelo antissemita”.

Yolanda Díaz, líder do partido Somar, que governa Espanha em coligação com os socialistas, disse na quinta-feira que “a Palestina será livre do rio até ao mar”, um lema da causa palestiniana que para Israel é antissemita por considerar que apela ao desaparecimento do Estado israelita.

Israel Katz considerou, na publicação de hoje no X, que a ministra espanhola é uma “pessoa ignorante e cheia de ódio” que não entende o que “realmente quer o Islão radical”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Jose Manuel Albares, anunciou já um protesto formal junto do Governo de Israel se se confirmar “a literalidade” da decisão anunciada por Katz no X e disse que não há antissemitas no executivo espanhol.

“No Governo de Espanha não há antissemitas. É um governo tolerante, plural, diverso, que não aceita nenhum discurso de ódio, incluindo o antissemitismo”, disse Albares à rádio espanhola RAC1.

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram na quarta-feira que vão reconhecer na próxima semana, formalmente, a Palestina como Estado.

Israel criticou os três países por causa desta decisão, que considerou “um prémio” ao grupo islamita radical Hamas. Depois de chamar os embaixadores dos três países para um protesto, o governo israelita avisou que haverá “consequências ainda mais graves”.

Espanha tem uma embaixada em Telavive e um consulado em Jerusalém leste que, na prática, funciona como uma embaixada para os palestinianos, já que presta serviços consulares aos residentes na Cisjordânia e assume as relações diplomáticas com a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP). Neste consulado está também instalado um escritório da Agência de Cooperação Espanhola, com projetos nos territórios palestinianos.

Cerca de 140 países reconhecem já o Estado palestiniano, vários deles membros da União Europeia, como é o caso da Bulgária, Polónia, República Checa, Roménia, Eslováquia, Hungria, Chipre e Suécia.

Espanha, Irlanda e Noruega vão juntar-se a estes países num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma operação militar no território palestiniano da Faixa de Gaza.

O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 35 mil mortos, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007. A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária na Faixa de Gaza.

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