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Taylor Swift sobe esta sexta-feira ao palco em Portugal: que fenómeno é este, como atrai multidões e por que tem valor político?

A indumentária da “Eras Tour” é um tema. Há empenho em procurar a peça que melhor se adapta à música favorita, escolher um top prateado e uma saia azul-noite para celebrar “Midnights”, ou um vestido lilás para festejar “Lavender Haze”, ou ainda despejar um frasco de glitter dourado para recordar “Fearless”. Tudo é pensado ao detalhe — tal como Swift faz.

É um fenómeno tão grande que um concerto se tornou mais do que um espetáculo. “Quando as pessoas vão com as t-shirts dos clubes para o futebol, gritam e estão lá igualmente histéricas, não são criticadas. Se formos nós para um concerto, já não faz sentido, já é um exagero”, defende. Passou meses à procura de vestidos em segunda mão que fossem iguais aos que Taylor usa nas primeiras fotografias em eventos públicos. Não gastou mais de €30 ou €40. “Quem os vende nem sabe a relíquia que tem.”

Laura vai recriar looks antigos de Taylor, há um ano que andava à procura dos vestidos em lojas de segunda mão

Laura vai recriar looks antigos de Taylor, há um ano que andava à procura dos vestidos em lojas de segunda mão

“Eu não queria escolher só uma coisa, porque não tenho nem uma canção nem um álbum preferido”, vinca Rita Coelho, 30 anos, que se diz veloz (assim se autointitulam os fãs da cantora) desde que há andorinhões. Há pouco mais de um mês que está a preparar-se e na terça-feira experimentou pela primeira vez todo o conjunto que homenageia os 11 álbuns. Há dragões roxos como brincos, serpentes nas sapatilhas, um véu, óculos de sol e mil outros pormenores. “É completamente aleatório, não tem nada a ver com nada, mas azar.”

Ao contrário de Laura, Rita pouco se importou se gozavam ou não com ela. Foi a música “Mais louco” no filme do então sucesso do Disney Channel “Hannah Montana” que lhe mostrou Taylor. Era 2009 e Rita tinha acabado de fazer 15 anos. “Lembro-me perfeitamente de estar a ver o filme e de a música começar e eu ficar tipo ‘uau’, adoro e não sei quem é esta pessoa. Ainda por cima era uma música country, que não tinha nada que ver com o que ouvia na altura.

Começou a pesquisar, encontrou o nome e nunca mais desligou do mundo de Taylor. Chegou a ter bilhete para o concerto no NOS Alive, em 2020, que acabou desmarcado por causa da pandemia. Agora, há uma nova oportunidade.

“Isto parece tolo, mas eu até tenho medo que aconteça alguma coisa e não haja concerto. Estou muito entusiasmada, o ambiente vai ser uma coisa muito bonita de se viver porque sinto que temos todos mais ou menos a mesma forma de ver a vida”, comenta.

Rita vai aos dois concertos.

NADA É ACIDENTAL

Taylor Swift quebra recordes, arrasta multidões e pode até influenciar os resultados das presidenciais norte-americanascaso apoie Joe Biden. Lidera no streaming, ocupa o topo das tabelas musicais, raramente participa em campanhas publicitárias e trabalha quase exclusivamente com uma marca: ela própria.

As palhetas com o rosto de Taylor foram oferecidas a Laura pelos pais

As palhetas com o rosto de Taylor foram oferecidas a Laura pelos pais

“É um excelente exemplo para ensinar como se constrói uma marca, como usar as redes sociais de forma eficiente para comunicar com o público alvo e como construir a confiança de uma marca”diz ao Expresso Alyse Lancaster, vice-diretora dos Assuntos Académicos da Faculdade de Comunicação da Universidade de Miami, onde este verão começa a ser lecionado um curso focado em Taylor Swift. A ideia surgiu-lhe numa manhã quando corria e ouvia uma playlist preparada pela filha, após comprarem bilhetes para a “Eras Tour”. “Ela sabe como manter o público interessado, curioso e entusiasmado com o que vai fazer a seguir.”

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