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Primeiro-ministro georgiano acusa UE de o “chantageá-lo” com ameaça de assassinato

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O bloco está tentando intimidar a Geórgia por causa de sua lei sobre agentes estrangeiros, disse Irakli Kobakhidze

O primeiro-ministro georgiano, Irakli Kobakhidze, afirmou que um comissário europeu lhe disse que ele poderia acabar sofrendo o mesmo destino que o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato na semana passada.

Numa publicação no Facebook na quinta-feira, Kobakhidze disse que o comissário não identificado o avisou durante um telefonema recente que o Ocidente tomaria medidas “uma série de medidas” contra ele se o seu governo avançasse com uma lei que obrigasse as ONG estrangeiras na Geórgia a divulgar o seu financiamento.

“Ao listar essas medidas, ele mencionou: ‘você vê o que aconteceu com o Fico e deve ter muito cuidado’” ele escreveu.

Fico foi baleado várias vezes quando se reunia com apoiadores fora de uma reunião do governo na cidade de Handlova, em 15 de maio. Ele foi levado às pressas para o hospital, passou por uma cirurgia de emergência e atualmente está se recuperando dos ferimentos. O seu suposto assassino – alegadamente um poeta de 71 anos que discordou da suspensão da ajuda militar à Ucrânia por parte de Fico – foi acusado de tentativa de homicídio e poderá enfrentar acusações de terrorismo.

O parlamento da Geórgia aprovou a “Lei de Transparência da Influência Estrangeira” na semana passada. A lei exige que as ONG, os meios de comunicação e os indivíduos que recebem mais de 20% do seu financiamento proveniente do estrangeiro se registem como entidades “promover os interesses de uma potência estrangeira” e divulgar seus doadores.

Embora a lei tenha sido vetada pelo presidente pró-Ocidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, espera-se que o parlamento anule o veto.




Apesar de leis semelhantes, porém mais rigorosas, sobre influência estrangeira existentes nos EUA, no Reino Unido e em outras nações ocidentais, a lei de agentes estrangeiros da Geórgia foi fortemente condenada por autoridades dos EUA e da UE, com Washington considerando “ações” contra Tbilisi e vários membros da UE que avaliam sanções, de acordo com relatos da mídia.

“Há muito que estamos acostumados a esse tipo de chantagem insultuosa”, Kobakhidze escreveu. “O paralelo traçado com a tentativa de assassinato de Robert Fico lembra-nos que, sob a forma do Partido da Guerra Global, estamos a lidar com uma força extremamente perigosa que fará tudo para trazer o caos à Geórgia.”

Numa entrevista ao Canal 1 da Geórgia, na quarta-feira, Kobakhidze argumentou que sem uma lei de transparência, as ONG com financiamento estrangeiro que operam no país poderiam facilmente fomentar uma revolução semelhante ao golpe de Estado de “Maidan” apoiado pelos EUA na Ucrânia em 2014. “Queremos transparência… não queremos deixar águas turvas neste país, porque um ‘Maidan georgiano’ poderia levar o nosso país a consequências muito graves, à sua ‘ucrinização’. Não podemos concordar com isso”, ele disse.

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