A Rússia afirmou que a OTAN está a realizar exercícios nucleares perto das suas fronteiras, enquanto as tensões entre Moscovo e o Ocidente ameaçam explodir.
A aliança militar ocidental está actualmente a realizar exercícios militares conhecidos como Defender 24 em 13 países europeus.
Estas tiveram início em 28 de março e deverão ser concluídas até o final de maio.
O Exército dos EUA afirma que o objectivo dos exercícios é dissuadir os adversários, transformar o comando da missão operacional, aumentar a prontidão e fortalecer a NATO.
No entanto, o Kremlin afirma que os exercícios estão a ser usados secretamente para planear ataques nucleares contra a Rússia.
O general Vladimir Kulishov, chefe do Serviço de Fronteiras do FSB, disse ao meio de comunicação Ria Novosti: “A atividade de inteligência da OTAN está aumentando perto da fronteira russa.
“Estão sendo elaborados cenários para a condução de operações de combate contra a Federação Russa, incluindo o lançamento de ataques nucleares em nosso território.”
Ele acrescentou que a Rússia tomaria medidas adequadas em resposta às provocações da OTAN, mas recusou-se a fornecer quaisquer detalhes.
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou a Otan de tentar escalar o conflito na Ucrânia.
As suas observações seguiram-se aos apelos do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, aos estados membros para permitirem que a Ucrânia atacasse alvos militares na Rússia usando armas fornecidas pelo Ocidente.
Numa entrevista ao The Economist, o chefe da NATO disse: “Chegou a altura de os aliados considerarem se deveriam levantar algumas das restrições que impuseram à utilização de armas que doaram à Ucrânia.
“Especialmente agora, quando muitos combates estão acontecendo em Kharkiv, perto da fronteira, negar à Ucrânia a possibilidade de usar essas armas contra alvos militares legítimos em território russo torna muito difícil para eles se defenderem.”
Peskov acusou a OTAN de “cair em êxtase militar” numa entrevista ao diário russo Izvestia.
Questionado se a Otan estava à beira de um confronto direto com a Rússia, ele respondeu: “Eles não estão chegando perto; estão nisso”.
Putin tem alertado continuamente o Ocidente de que corre o risco de uma grande guerra global pela Ucrânia, se continuar a apoiar Kiev.
O chefe do Kremlin disse que qualquer conflito direto entre a OTAN e a Rússia poderia levar à 3ª Guerra Mundial.
