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Inês Franco Alexandre: “O ativismo consegue chegar aos objetivos se existir alguém disponível para colaborar com o sistema”

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Nasceu em Portimão, no Algarve, num meio social, económico e cultural desfavorável, com acesso a muito poucas oportunidades, que a podia ter levado por maus caminhos, mas teve uma família que apostou “todas as fichas” no seu percurso, ajudando-a a chegar à faculdade. Tirou desporto e seria também o desporto, mais concretamente o hóquei (chegou a campeã nacional), que a salvaria. Este teve dois papéis na sua vida. Primeiro desviou a sua energia de coisas menos boas e, depois, mostrou-lhe a maior escola de liderança: “o balneário feminino”. Afirma ainda que o desporto é o veículo de transformação social mais eficaz que conhece.

Inês Franco Alexandre, diretora-executiva do IES, escola de negócios focada na inovação e negócios sustentáveis, além de inovadora social é também ativista. “O ativismo é uma forma de participação cívica, política e social complementar a muitas outras”. No seu caso específico, ser ativista traz-lhe de volta “o seu porquê”, mas admite que só se atinge os objetivos quando existe alguém dentro desses núcleos que esteja disponível a colaborar com o sistema: “Quer concordemos ou não, a transformação complementa-se a partir de dentro”.

A ativista defende ainda que a sua geração tem de ocupar esse espaço. “Não podemos estar constantemente a reivindicar com um saco cheio de queixinhas e quando somos chamados à ação não vamos”, alerta, concluindo que é fundamental começar a sentar os jovens à mesa de quem decide.

José Fernandes

Quanto ao facto de os jovens estarem a sair de Portugal, considera ser o mercado de talentos a funcionar, principalmente se nos focarmos na Europa. “Cada vez mais podemos viver em qualquer parte do mundo e continuar a gerar valor para o nosso país”, diz.

E para ser inovador social será necessário ter um ADN específico? Inês Franco Alexandre, não sabe, mas acredita que se pode formar e treinar alguém para ser empreendedor social, porém admite haver algumas caraterísticas específicas, como uma grande capacidade de arriscar. “Lembro-me de quando entrei para este mundo, quando ouvia um discurso de alguém inspirador, começava assim: ‘despedi-me, vendi a casa’…”.

Passados dois anos, Inês Franco Alexandre também se despediu e vendeu quase tudo para abraçar a vida de empreendedora social. “Mas tenho sempre cuidado quando partilho a minha história porque é um privilégio e nós romantizamos muito”, adverte.

José Fernandes

Mário Henriques

Fuente

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